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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS

TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA/2014
FASE INICIAL

                                          Botafogo x Deportivo Quito, o jogo da volta

No dia 05/02/2014, o Botafogo recebia o Deportivo Quito do Equador para o jogo da volta, no Maracanã, em partida válida para a classificação à fase de grupos da Taça Libertadores Libertadores da América. Com o time tendo perdido Seedorf e Rafael Marques logo nos primeiros dias do ano, a confiança nos atletas que chegaram ainda não era certa e o resultado do primeiro jogo lá em Quito (1x0 para o adversário) deixou uma dúvida no ar. Só que desta vez, a torcida resolveu abraçar o time e mais de 50 mil alvinegros lotaram o Maraca, proporcionando a festa que foi mostrada em alguns dos seus detalhes na postagem da vitória, postagem essa reproduzida abaixo.



BOTAFOGO 4x0 DEPORTIVO QUITO

05/02/2014_O nosso blog, Botafogo Eterno, comemora hoje a postagem de número 500


                                             A marca anterior - postagem do último domingo


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Wallyshow

Jorge Magnífico e um
maravilhoso vagalume*
chamado Lodeiro

Orgulhosamente apresentaram...

BOTAFOGO 4X0

Wallyson, autor de 3 dos 4 gols da festa alvinegra


Libertadores da América, muito boa noite! Aqui se
apresenta, de volta, o futebol-arte. 

Ass.: BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.

Pois é meus amigos. Acabo de chegar de um Maraca lotadinho, em festa, engalanado. Participei de um mosaico simplesmente espetacular (segurei a minha folha com a mão esquerda e ainda consegui fotografar a palavra 'Gigante'). E tudo isso para ver (vermos) "um onze" simplesmente demais. Um grupo de guerreiros para os quais hoje, não teria nem Barcelona caso aqui estivesse o time catalão. 

Não! Exagero claro. Barcelona é so empolgação de quem acabou de voltar daquela festa maravilhosa. Nem estamos assim em forma técnica tão boa e, decerto, o acerto que o time foi conseguindo durante a partida se deveu também à fraqueza do adversário mas que ninguém pense que foi também essa boa vida toda. Os caras até podem ser limitados mas jogam como se joga Libertadores e neste ponto, fazem bem o dever de casa, com catimba, cera e tudo o que rola do script dos times menos favorecidos pela bola nesta competição. O que aconteceu hoje foi que o nosso time entrou em campo para ganhar, para 'morder' cada bola, cara um querendo dar o sangue pela classificação e deu certo. Para não dizer que o 'onze' todo foi perfeito, Ferreyra ainda carece de mais ritmo de jogo e Marcelo Mattos parece já estar com o seu prazo de validade vencido.

Um detalhe que jamais poderá ser esquecido: juntem a este grupo de guerreiros do campo, outros 50 mil que, certamente, jogaram e bateram (batemos) um bolão.

No mais, o futebol hoje jogado pela dupla Lodeiro/Jorge Vagner, me arrisco a dizer, não deixou saudades do aposentado Seedorf. Já sobre Wallyson, a coisa foi tão bem, tão perfeita que se a continuidade for neste ritmo, já temos 'o cara' desta Libertadores/2014.

Me arrisco mesmo a dizer que hoje, já não sinto mais nada em matéria de nostalgia pela saída do Vitinho. Vitinho? Ele está aí, em alegria e futebol. Wallyson é veloz, é habilidoso, é atrevido e faz gol. Não achem que é exagero: ganhamos outro Vitinho e sem fazer força. Não tenho condições de falar do jogo como o faço a cada partida meus amigos. Hoje eu revivi 1999, até, antes do jogo, com o medo de que aquele povão todo se decepcionasse novamente mas no fim, a festa foi completa. Fomos hoje mais de 50 mil alvinegros em êxtase, um carnaval para ninguém colocar defeito e ainda um mês antes da festa máxima do país. Que venha o San Lorenzo. Na próxima terça, vamos lotar o nosso segundo estádio de novo.

                                 Que mosaico foi esse? Eu estava lá, do lado direito aí da imagem


Momentos pré-jogo e a entrada do time em campo
Um minuto de torcida, fazendo a festa 
5 minutos antes do jogo!

* o futebol 'acende-apaga' do uruguaio ontem estava em alta. Uma pena mesmo a saída dele para a seleção uruguaia, de onde sempre volta em má forma.
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Os lances mágicos de um jogo inesquecível - Lancenet

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OPINIÃO

BLOG DO MANSUR - O GLOBO - 06/02/2014

"...Há noites perfeitas na vida de um clube. Irretocáveis. E não adianta argumentar que o Botafogo poderia ter jogado melhor..." - Leiam o texto completo AQUI.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

BOTAFOGO - JOGA BONITO

Vídeo produzido por torcedores alvinegros com imagens das transmissões dos jogos
Brasileirão/2013 - período: primeiro turno do campeonato

Em 08/09/2012, em partida heróica, o Botafogo visitou o Criciúma pela última rodada do turno do brasileirão/2013 e, com um belo gol de voleio do Elias já nos descontos (um dos vídeos desta postagem), virou o jogo para 2x1 trazendo os três pontos para General Severiano. Numa rápida explicação, o 'heróica' acima referido se deve ao fato de termos ido a Santa Catarina sem 8 titulares e titulares de qualidade, a saber, Seedorf, Lodeiro, Jefferson e o seu substituto (fomos de terceiro goleiro), os 2 principais atletas da lateral direita, Gabriel do meio de campo, o garoto que barrou Renato e vai por aí. O adversário, por sua vez, era um time que voltava a vencer e se recuperava no campeonato, fato é que visitaram o Bahia no jogo seguinte e por pouco não voltaram de Salvador com a vitória, em jogo no qual chegaram a abrir 2x0. Motivado então pelo belo gol do Elias nesta partida, inserimos no nosso blog principal (Botafogo Eterno - botafogofr-paret.blogspot.com) uma postagem especial, logo no dia seguinte, mostrando os mais belos gols do alvinegro em 2013, mal sabendo que no jogo seguinte, contra o Corinthians aqui no Maracanã, o jovem Hyuri ainda viria a produzir mais uma pintura, pintura esta que, claro, foi adicionada aqui. Esta postagem, portanto, será atualizada até o final da temporada, a cada gol que surja e que mereça o rótulo de golaço. Vamos então às obras de arte.


LODEIRO E A SUA PINTURA - FOGÃO 4X0 AUDAX



Aqui, o time embalava na Taça Guanabara a tal ponto que chegou ao elástico placar anunciado no título, sobre um pequeno que não tomou conhecimento dos outros três grandes da cidade. Lodeiro deixou então a sua marca, com um golaço digno do DNA de atleta de ponta que possui.


JULIO CESAR E O SEU CARTÃO DE VISITAS

Botafogo 2x0 Flamengo

Aqui, o jogo só valeria para nós com a vitória. Era a semifinal da Taça GB deste ano e o empate era deles. Seedorf então, marcado até "à medula", protege a bola e a rola levemente para Julio César. Este, ainda sob os olhares desconfiados da torcida, saiu driblando feito um louco e só parou quando viu-se diante do goleiro. As imagens falam sobre isto com mais perfeição.

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São muitos gols lindos e desta forma, se colocarmos aqui 
todos os vídeos a postagem irá se alongar muito.

Vamos então listá-los e mostrar os principais.

- Seedorf marca golaço de sem pulo, contra a Ponte Preta em Campinas, após passe de chilena de Fellype Gabriel.
- Seedorf repete a dose contra o Vasco, após belíssima assistência de Vitinho, colocando por cima do goleiro.
- Rafael Marques e Elias marcam belos gols contra a Lusa no Canindé. Em ambos, participação de Seedorf.
- Lodeiro marca outro golaço contra o Atlético-MG no Maracanã. Botafogo 4x2 Galo, pelo jogo de ida da Copa do Brasil. O gol foi idêntico ao que já fizera sobre o mesmo Galo lá em Minas, em jogo válido pelo brasileirão (vídeo mais abaixo).


SEEDORF MARCA CONTRA O GRÊMIO, NO SUL

Mais Seedorf do que nunca


Em jogo no qual fomos derrotados por 2x1 com gol polêmico, o Botafogo saiu perdendo mas o nosso mago da 10 nos presenteou com esta pérola, digna dos melhores momentos do futebol. Do outro lado, no gol do adversário, quem guardava a meta era nada menos do que Dida.


LODEIRO E A SUA 'APRESENTAÇÃO' CONTRA O ATLÉTICO-MG



Lodeiro, que já deixara sua marca contra o Audax, começou também a brilhar em nível mais alto, em partida válida pelo brasileirão, jogo este disputado lá em Belo Horizonte, no temível 'Horto'. Em jogo no qual deixamos o adversário empatar no finalzinho, o uruguaio marcou o nosso segundo gol, uma pérola que viria a repetir, contra o mesmo adversário, aqui no Maraca, só que em jogo válido pela Copa do Brasil (está em destaque mais acima).


RAFAEL MARQUES MOSTRA A SUA CARA



Rafael Marques, outrora muito reclamado pelas atuações pífias, brilhou no campeonato carioca mas também, a exemplo do Lodeiro, começou a mostrar 'as garras' neste jogaço contra o Vasco. O jogo terminou com o placar de 3x2 para o Botafogo e este aí foi o gol da vitória.


VITINHO CHEGA AO AUGE CONTRA O INTER

À imagem e semelhança do Furacão de 70

Vitinho, que já fizera outro golaço neste mesmo jogo, virou o placar a nosso favor contra o Inter no Macaranã com esta pintura. Merecia ou não um quadro? Uma pena mesmo a bobeira de termos cedido o empate no final mas o gol ficou como mais um dos mais lindos do novo estádio.


HYURI, NA SUA ESTRÉIA, BRILHA CONTRA O CORITIBA

Merece uma placa na nova Arena Maracanã


Aqui, no dia da sua estréia, o garoto que veio do pequeno Audax simplesmente chegou no Maracanã à la Paulo César Caju em 67, ou seja, desenrolou um jogo enjoado e fechou a conta com este gol de placa. Está sendo discutida a concessão de uma placa comemorativa, pelo golaço marcado em jogo de tamanha importância (o Coritiba chegou a liderar o campeonato e contava com Alex, um dos destaques do campeonato).


AQUI, O GOLAÇO DO ELIAS DO QUAL FALAMOS NA ABERTURA DESTA POSTAGEM


Elias, jogador voluntarioso e até considerado atleta de segundo tempo, não chegava a ser visto neste elenco como atleta imprescindível mas neste dia, captou o espírito guerreiro do time e um quê de craque, acabando por nos brindar com esta jóia.


HYURI, DE NOVO, VOLTA A MARCAR NO MARACA


Eu estava lá e vou descrever o clima no estádio a partir do meu ponto de vista, mas que creio ser o ponto de vista de todos os mais de 23 mil alvinegros ali espremidos no setor sul do estádio. O jogo foi de um time querendo futebol e o outro, time bom e até de bom toque mas em fase não muito boa, tentando formar um muro à frente do seu goleiro e isto meus amigos, torna a tarefa de tentar fazer gol quase impossível. Não para o nosso terceiro lateral direito Elias que, magistralmente, já com o jogo indo para os 45 minutos do segundo tempo, olhou para o meio mas tocou a bola, à la Ronaldinho, no sentido contrário, enganando a defesa e deixando o jovem Hyuri a cavalheiro para que pudesse produzir mais uma jóia e fazer a festa no estádio. Lá de cima, gritamos, nos abraçamos e não acreditamos no que víamos. A torcida cantou o hino, gritou, cantou de novo e até para sair do estádio ficou difícil. Queríamos passar a noite olhando o campo, como se os nossos heróis fossem ali ser eternizados em estátuas, para o deleite de quem quisesse apreciar o melhor do futebol brasileiro neste 2013.

Isto é Botafogo. Isto, ninguém tem, NINGUÉM CALA.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SEEDORF

Senhoras e senhores alvinegros.

O blog Botafogo Eterno
orgulhosamente apresenta:

Sir Clarence Seedorf de Nassau



Postagem publicada no blog principal (BOTAFOGO ETERNO - link abaixo do título do blog), quando da vitória do Botafogo por 4x2 sobre o Resende, pela Taça Guanabara de 2013, ocasião em que Seedorf comandou o time, com uma atuação de gala, levando-o a uma bela virada no segundo tempo.


Olá amigos alvinegros

Passada a festa pela vitória contra o Resende, temos um assunto até mais importante para discutir aqui no blog. Oppsssss.... passada a festa uma conversa: a festa continua e agora, com um especial sobre Seedorf, para que possamos ir curtindo o carnaval e ao mesmo tempo, guardando na memória as imagens que ficarão eternizadas na história alvinegra, imagens do mais novo ídolo a fazer a sonhada ponte entre 2013 e 1970, ano do título da Taça Internacional de clubes de Caracas, nossa última marca antes do retorno às conquistas em 1989.

Não há muito o que falar sobre do que é capaz o nosso astro da camisa 10 e assim, vamos deixar que as imagens falem por nós, claro que depois temperadas pelos comentários sempre lúcidos e pertinentes da nossa galera.

Julho/2012 - a festa da chegada
No aeroporto


Na nossa arena Engenhão - Imagens_BOTAFOGO ETERNO
_do blog_  
Vejam no efeito do farol da aeronave (a partir de 2:08min), 
uma estrela pousando em solo alvinegro



Brasileirão / 2012 - Seedorf detona o Cruzeiro em Belo Horizonte




Taça Guanabara / 07-02-2013 .... Botafogo 4x2 Resende (Taça GB/2013)-Lancenet



Taça Guanabara / 03-02-2013 - Botafogo 3x1 Macaé - Seedorf Hat trick



Taça Guanabara / 07-02-2013 - Os lances individuais do astro contra o Macaé - Lancenet



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terça-feira, 19 de junho de 2012

SELEFOGO_PARTE 1

  O começo de uma saga única no futebol

O BRASIL NA COPA DE 1934



O Botafogo levou o país à Copa da Itália.
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Vem de longe, muito longe, a saga alvinegra associada à camisa amarelinha da seleção brasileira, e que acabou por fazer surgir o neologismo "Selefogo". Na década de 30 o Botafogo mandava no futebol brasileiro. Foi campeão carioca em 1930 e multiplicou isto por 4 entre 32 e 35. E enquando muitos tentam taxar o tetracampeonato (inédito) como título da fase amadora, não se tem notícia de qualquer profissionalismo na outra liga que se formou. Isto pode ser facilmente confirmado através do ocorrido com o time do Flamengo, que foi o último colocado em 1933 mas se recusou a disputar o campeonato no grupo de acesso. E havia grupo de acesso.

Mas o que se quer mostrar aqui, é a importância sempre primordial do Botafogo para os destinos do futebol brasileiro desde sempre. A participação brasileira na segunda edição da Copa do Mundo, em 1934, na Itália, sofreu com brigas políticas no futebol nacional. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos), atual CBF, estava em conflito com as demais federações regionais e, por isso, a base do time selecionado tinha 11 jogadores do Rio de Janeiro, sendo nove do Botafogo e dois do Vasco. As boas relações do alvinegro com a entidade máxima do nosso futebol, fizeram com que o clube assumisse a responsabilidade de levar o país à Copa da Itália. O resultado alcançado na competição passou a ser então o de menos, visto o momento de crise. O que ficou na história, foi a decisiva contribuição do Botafogo para a participação brasileira no certame, sendo aclamado para sempre como o clube que possibilitou ao país ser O ÚNICO PRESENTE A TODAS AS COPAS DO MUNDO.

Conforme já dito acima, entre os convocados, 11 eram do Rio e 9 do Botafogo, como se pode comprovar pela lista mostrada na imagem abaixo. Completaram o elenco, seis jogadores de outros estados, incluindo um que atuava fora do país. Quatro do São Paulo, um do Grêmio e outro do Nacional, do Uruguai.




O Botafogo tornou-se a base da Seleção Brasileira, nas Copas de 1930, 1934 e 1938, revelando para o mundo craques e mais craques. O clube contratava os que surgiam em outros clubes do Rio, do restante do país e do futebol argentino e uruguaio. Entre esses talentos, destaca-se o famoso Leônidas da Silva, o Diamante Negro, que inventou o gol de bicicleta em um jogo da Seleção contra a Itália, na Copa de 1938. General Severiano virou um celeiro de craques, como Martim Silveira, Canalli, Paulinho Tovar, Carvalho Leite, Nilo Murtinho Braga, Patesko, Pirica, Átila e Heleno de Freitas.

Em 1936, o Botafogo, cuja fama já atravessara o continente, fez sua primeira excursão internacional: foram nove jogos no México e nos Estados Unidos, com seis vitórias, duas derrotas e um empate. Embora tenha conquistado apenas um título carioca nos anos 1940, o de 1948, 13 anos após o tetra de 1935, essa década foi muito rica para a história do Glorioso. Além de acumular vitórias internacionais o clube montou grandes times, recheados de craques e ídolos, como Heleno de Freitas, Nílton Santos, Geninho, Gerson Santos, Ávila, Juvenal, Oscar Basso (lendário zagueiro argentino do melhor futebol que aquele país produziu), Paraguaio, Pirilo, Oswaldo Baliza, Rubinho e Octávio e o maior de todos, Garrincha, que chegou a General Severiano na virada dos anos 40 para os 50 e se consagrou nas décadas seguintes. A referência ao zagueiro portenho Basso e ao futebol do seu país se explica: o domínio argentinho no futebol nos anos 40 era tal, que todos os críticos da época não vacilaram em afirmar que, se tivessem sido realizadas as duas Copas suspensas pela guerra, a Argentina seria bicampeã com folga.

O alvinegro foi muitas vezes base da Seleção Brasileira, sendo o recordista de convocações. Teve 100 jogadores chamados no geral e também 46 convocações para Copas do Mundo (números atualizados até junho de 2012). Depois de viver um próspero momento logo após sua fundação e ter dominado o futebol carioca no início da década de 1930, em 1938, ano da reinauguração do estádio de General Severiano com novas arquibancadas de cimento, no Campeonato Carioca e no Torneio Municipal, o clube ficou em terceiro lugar. Cedera, durante as competições, cinco jogadores para a disputa da Copa da França jogando assim, nos campeonatos locais, desfalcado de seus principais atletas. ABDICAMOS DOS TÍTULOS EM FAVOR DO CLUBE, EM PROL DE ALGO BEM MAIOR: A CONSTRUÇÃO DA LENDA DO FUTEBOL BRASILEIRO.

O timaço tricampeão carioca - a base da seleção na Copa da Itália

O tetracampeonato veio no ano seguinte

 


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SELEFOGO_PARTE 2

HÁ 50 ANOS, UMA CONQUISTA ALVINEGRA INIGUALÁVEL



Seleção é bicampeã mundial no mundial do Chile.
A lenda 'Selefogo' se populariza de vez.

A pátria de chuteiras se transportou inteira para o Chile, na bola e no pensamento, sonhando com a glória e a eternidade no futebol, mas o destino parecia querer nos pregar uma peça. E este desfecho trágico parecia ter o ápice com a contusão do Pelé, logo na segunda rodada do mundial. Mal sabiam os céticos e amedrontados torcedores brasileiros, que um novo Rei do futebol surgiria nos estádios chilenos, praticamente fazendo transposição das chuvas do Pacífico para o deserto de Atacama, tamanha a qualidade do seu jogo e a magia que mostrava em campo. Seu nome: GARRINCHA.

Não foi de graça ou por simpatia ao Botafogo, a manchete cravada pelo jornal The Times de Londres após a final daquela Copa, quando depois de derrotar a antiga Tchecoslováquia por 3x1, a nossa seleção sacramentou o bicampeonato mundial e o seu poderio no futebol. Disse o conceituado jornal:

“...O MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL DO MUNDO NÃO É PELÉ: É GARRINCHA...”




Tudo aconteceu assim.

Com a contusão de Pelé no segundo jogo da primeira fase, o Brasil dependeu de outro craque para levantar pela segunda vez o troféu de campeão mundial: Mané Garrincha. Com dribles desconcertantes, irreverência, cruzamentos precisos e chutes poderosos, o "gênio das pernas tortas" encantou os chilenos e a imprensa mundial presente à Copa e foi considerado o melhor jogador do torneio.

Garrincha assumiu o comando do espetáculo de forma tão magnífica, que até gols de cabeça e de perna esquerda o craque fez. Com seus dribles lendários, o “anjo de pernas tortas” levou o Brasil nas costas na Copa de 62. A Seleção se classificou em primeiro na fase de grupos, eliminando a Inglaterra nas quartas e os donos da casa nas semifinais. Mas pode-se dizer que o Brasil só decolou mesmo a partir das quartas, quando Garrincha chamou para si a responsabilidade e dizimou o English Team: Brasil 3 a 1 Inglaterra.

No dia seguinte os jornais ingleses estampavam: “Mané Garrincha é um extra-terrestre”. O jornal The Times foi além, colocando em manchete ao final da Copa 'O rei do futebol não é Pelé: é Garrincha'. Nas semifinais, o Brasil venceu o Chile, dono da casa, por 4 a 2 no Estádio Nacional lotado. Os chilenos, com o lema “como nada temos queremos tudo”, surpreenderam e ficaram com um honroso terceiro lugar ao derrotar a Iugoslávia. O Chile havia sofrido com o maior terremoto da história até então (um dos maiores já registrados até hoje), e praticamente reconstruiu a capital para receber a Copa, daí a expressão de luta e fervor nacionalista.

A final da Copa, contra a Tchecoslováquia, foi difícil. Garrincha jogou com 38º de febre e os Tchecos abriram o placar. Mas a simples presença do Mané em campo assustava os adversários e assim, Amarildo empatou a partida e Zito virou o jogo. Vavá marcou o último gol do Brasil, ratificando a glória da era Garrincha. O nosso gênio alvinegro até havia sido expulso na semifinal, mas a força da antiga CBD (atual CBF) aliada ao clamor da opinião pública mundial presente ao evento, fizeram com que fosse escalado na final. Afinal de contas, o bom senso prevaleceu, visto o nosso rei brasileiro (alvinegro) ter sido expulso por revidar agressões em sequência e não por lance de violência gratuita.




Abaixo, uma reprodução, com adaptações, de texto da edição eletrônica da Revista Placar de junho/2012, nestes 50 anos do bi mundial. 

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Bicampeão. E a festa verde-amarelo que começou nas ruas chilenas de Santiago rapidamente se espalhou por todas as cidades do País, pelo mundo, onde houvesse um torcedor brasileiro. Há exatamente 50 anos, em 17 de junho de 1962, a Seleção conquistava seu segundo título na história das copas.

Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Este foi o esquadrão de heróis, comandado por Aymoré Moreira, que fez o planeta reverenciar mais uma vez o talento, a ginga e a malícia do futebol-arte canarinho. Pelé, o Atleta do século XX, havia sofrido uma lesão muscular, dando vaga para o competente Amarildo. Sem o Rei do Futebol, a coroa ficou para Mané Garrincha, o craque das pernas tortas, do drible desconcertante, que deixava os rivais humilhados, a estrela do Bi.

O Brasil fez sua estréia de forma correta, derrotando o México por 2x0, mas foi na segunda partida que o destino começou a conspirar a favor de Garrincha naquela Copa. Pelé se contundiu contra a Tchecoslováquia e isto, de certa forma, abalou o grupo que não conseguiu sair do empate sem gols. Garrincha então vestiu o manto da responsabilidade como se dissesse "agora é comigo. Esta Copa é minha". Relatos não confirmados dão conta de que a lenda do Botafogo havia declarado que Pelé se sentira embaçado por ele desde 1958 e que, com a ausência do 10 santista, quem iria se consagrar como melhor do mundo era ele. Dito e feito.

Um jogo para a história: Brasil 3x1 Inglaterra com show do Garrincha 
Até o cachorrinho entrou em campo, como quem diz "quero entrar também para a história" 


Amarildo entrou no lugar do Pelé (o quinto jogador do Botafogo em campo pela seleção) e o nosso time venceu os espanhóis por 2x1, jogo de vida ou morte para definir quem passava para as quartas. Veio então a fase seguinte e, com Garrincha inspiradíssimo e já à vontade com o cetro e a coroa do futebol, o passeio se fez com um definitivo 3x1 sobre a Inglaterra, o que motivou o tratamento dado ao lendário craque do Botafogo pela imprensa inglesa dali por diante (fato mostrado no início desta postagem com as manchetes dos jornais ingleses). Chegou a semifinal e novo passeio da selefogo, com um 4x2 sobre os donos da casa e a vaga na decisão do mundial. Na final, aquele Brasil 3x1 Tchecoslováquia (atual República Tcheca) só teve mesmo o papel de cumprir os desígnios do destino. O futebol do Brasil, através do Botafogo, subiu de vez ao mais alto degrau do esporte mundial.

Assim se fez a história do melhor futebol de todos os tempos.

ISTO É BOTAFOGO. ISTO, NINGUÉM CALA.

SELEFOGO_PARTE 3

SELEFOGO 4X1 ARGENTINA


O dia em que os hermanos caíram de 4 
aos pés do Botafogo

 


Um dos maiores olés da história do futebol.

O link da matéria (aqui)

Não houve filmagem do jogo - aqui, uma reportagem especial da TV


Muitos clubes desportivos do mundo colecionam glórias. O desporto é, aliás, uma glória por si mesmo. Muitos clubes detêm recordes, façanhas e feitos únicos que os distinguem de outros. O nosso amado Botafogo, não possuindo uma torcida numericamente fabulosa – ainda bem! –, nem títulos de ‘cegar’ meio mundo, possui, contudo, uma gama de acontecimentos tão magnífica (sui generis para ser mais exato), que lhe permite se inserir num panteão no qual distingue-se da maioria esmagadora dos clubes do mundo – pela sua história e pelas suas originalidades inigualáveis.

Existiu um ‘jogo inesquecível’ e o resultado foi Botafogo 4x1 seleção argentina (os titulares e não o Velez disfarçado de seleção). Este jogo não foi jogado pelo Botafogo, mas por uma seleção brasileira que entrou em campo com oito jogadores botafoguenses, vindo a golear a Argentina por 4x1. Quantos clubes do mundo viram a seleção de futebol do seu país representada por oito jogadores simultaneamente? E qual clube do mundo que tenha carregado tantos titulares na formação da seleção nacional (talvez alguma de um país com 2 clubes, a última espanhola, provavelmente) pode dizer que goleou, humilhou, esmagou e reduziu a pó um selecionado do naipe do time da Argentina?



No dia 7 de Agosto de 1968, no Estádio do Maracanã, os jogadores botafoguenses realizaram um dos mais célebres jogos de futebol perante 40 mil torcedores absolutamente maravilhados com a sua Selefogo. Foi um verdadeiro recital de bola. A CBD (atual CBF), em rota de colisão com os clubes paulistas, colocou em campo um combinado carioca com oito jogadores do Botafogo, sob o comando do técnico Zagallo, do Botafogo. O nosso tetracampeão do mundo (como jogador, treinador e dirigente) recordou o jogo:

– “Em 1968, fui convidado para dirigir a Seleção contra a Argentina em um amistoso no Maracanã. Formei a Seleção com a base do time do Botafogo, que tinha sido campeão estadual em 67 e acabaria bicampeão no final de 68, e goleamos por 4 a 1. Foi o meu primeiro jogo como treinador da Seleção, para onde voltei oficialmente em 70.”

O time do Botafogo foi todo convocado e só não entraram em campo o goleiro Cao, o zagueiro Zé Carlos e o ponta direita Rogério. A equipe alinhou inicialmente com Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Murilo (Flamengo) substituiu Moreira do Botafogo); Ney Oliveira (Vasco da Gama) substituiu Roberto (Botafogo). Os gols foram obtidos por Valtencir, Roberto, Jairzinho e Paulo César. O BRASIL ENTROU EM CAMPO COM 3 JOGADORES DO VASCO, E 8 ATLETAS DO BOTAFOGO.

O desenrolar do jogo será narrado a seguir, mas cabe respeitosamente informar aos leitores que OS 4 GOLS DO BRASIL FORAM MARCADOS POR JOGADORES DO BOTAFOGO.


Gérson comandou o espetáculo, que se notabilizou, além da goleada, por uma "roda de bobo" feita aos jogadores argentinos, durante a qual os brasileiros trocaram 52 passes consecutivos, que culminaram no 4º tento, gol este que coroou aquele que ficou conhecido como o ‘Jogo do Olé’.

COM O JOGO JÁ DEFINIDO, GÉRSON COMANDOU UM OLÉ DOS MAIS INESQUECÍVEIS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL.

Zagallo recorda esse momento mágico na memória de 40 mil privilegiados torcedores presentes ao estádio:

– "Trocamos os 52 passes, com os argentinos na roda, até sair o gol do Paulo César. Foi um lance que dificilmente será visto de novo no futebol”.

ESSA CENA JAMAIS FOI REPETIDA E, COMO SE COSTUMA DIZER, “QUEM VIU, VIU; QUEM NÃO VIU, PERDEU”.

Os minutos iniciais foram de contenção dos argentinos, que formavam um muro compacto para impedir as jogadas do adversário. A Selefogo jogava com a defesa em linha, mas Gérson e Carlos Roberto, recuados, asseguravam a consistência defensiva, sendo função de Paulo César ( P.C. Caju) e de Nado irem buscar jogo atrás.

Os argentinos ameaçaram por duas vezes, a meio da 1ª parte, mas Félix correspondeu com duas boas defesas. Aos 40 minutos, quase que Yazalde marcava (futuro jogador do Sporting que conquistou a Bola de Ouro de melhor marcador europeu), mas logo a seguir Valtencir (nosso lateral esquerdo antes da chegada de Marinho Chagas, a lenda) avançou pela esquerda, recebeu a bola e chutou de fora da área inaugurando o marcador.


Entretanto, os argentinos tiveram que procurar o gol na 2ª parte e o jogo tornou-se mais aberto. Nado aproveitou-se disso aos 5 minutos, fez um lançamento longo para o flanco direito e, já próximo à trave, Roberto cobre o goleiro adversário e faz Selefogo 2x0.

O Brasil então ampliou a sua liderança em campo e a festa começou a se descortinar por todo o estádio. Aos 28 minutos, Roberto quase que aumentava o placar a passe de Jairzinho. Porém, quatro minutos depois, Gérson arranca pela esquerda, toca para Paulo César que chuta rasteiro para a marca de grande penalidade, onde Roberto ajeita a bola e fuzila o ângulo direito da Argentina. Selefogo 3x0.

Entretanto, Roberto foi substituído por Ney e iniciou-se a famosa cena do ‘olé’, aos 83 minutos de jogo, que durou dois artísticos minutos e meio. Os últimos passes redundaram de uma tabelinha entre Ney e Jairzinho, que completou para o fundo da baliza perante o delírio absoluto de quarenta mil pessoas. Selefogo 4x0. Mesmo no encerrar do pano os argentinos marcaram o seu gol de honra.



FICHA TÉCNICA

Brasil 4x1 Argentina
» Gols: Valtencir, Roberto, Paulo César e Jairzinho (Brasil); Basile (Argentina)
» Competição: Amistoso
» Data: 07.08.1968
» Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
» Público: 39.375 pagantes
» Árbitro: Armando Marques
» Brasil: Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), depois Murilo (Flamengo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), depois Ney Oliveira (Vasco), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Técnico: Mário Zagallo (Botafogo).
» Argentina: Sanchez, Ostua, Perfumo, Basile e Malbernat; Solari (Savoy) e Rendo; Aguirre, Yazalde, Veglio (Minitti) e Más. Técnico: José Maria Minella.


Adaptação de texto extraído do site "Canal Botafogo"


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

OS DOIS ANOS DO BLOG - DEPOIMENTO

ANIVERSÁRIO DO BLOG - 2 ANOS - DEPOIMENTO DE LUIZ FERNANDO.


Uma imagem histórica do Luiz Fernando - O companheiro que viveu os anos de ouro do BFR.

Dia 01/11/2011

Caríssimos Botafoguenses.

Exatamente hoje, este espaço está completando dois anos de vida com muitos seguidores e um sensacional índice de visitas.

Agradecer ao idealizador já o fiz muitas vezes e para não me tornar pedante vou passar batido nisso.

Vou enaltecer a idéia que foi brilhante por sinal. Eu acredito, nunca perguntei, mas o ponto de partida da idéia deve ter sido o post de O Globo. Quando escrevíamos lá era até como defesa da instituição Botafogo de pessoas que na sua grande maioria sabiam apenas que futebol se joga com uma bola redonda e são 11 jogadores de cada lado. Queríamos escrever sobre muitos assuntos, discutir nosso clube de coração, criticar, elogiar, mas infelizmente nos tornávamos alvo de maledicências, cujo teor nos deixava irritados pois não conseguíamos dar a resposta à altura, tendo em vista que éramos sempre bloqueados em nossos comentários por jornalistas totalmente parciais.

O BLOG foi como um embrião que foi crescendo, crescendo até que no dia 01.11.2009 se tornou uma realidade graças ao PARET. Uma realidade maravilhosa para todos nós que o freqüentamos para discutir pontos de vista sobre o elenco e o Botafogo. Muitas vezes até fugimos do assunto interno para colocarmos outras situações que merecem um comentário relevante nosso, e ai se prova a qualidade e o nível dos botafoguenses.
Mas o mais importante disto tudo é que em apenas dois anos conseguimos mostrar aos nossos adversários que separamos o “joio do trigo” ou seja, mostramos do que somos capazes ao nos unirmos em torno de um clube que por mais que seja desrespeitado e invejado pela mídia, como disse o nosso torcedor ilustre Zagallo, eles tem que nos engolir como um dos clubes de maior tradição e glórias no futebol mundial. História não se faz da noite para o dia, se constrói ao longo dos anos, e esta história poucos no Brasil podem dizer EU TENHO.

Estamos em festa, PARABÉNS aos ilustres Botafoguenses MARCOS PARET e CARLOS HENRIQUE pela magnitude do espaço que franqueiam a todos nós, onde despejamos diariamente nossas alegrias e nossas frustrações, mas sempre com o intuito de elevar sempre o nome do BOTAFOGO.

PARABÉNS a todos nós que demos suporte a esta idéia sensacional, e que sempre por mais que possamos divergir mantivemos o alto nível nas mais diversas discussões.
Enfim, PARABÉNS ao próprio BLOG que não fica a dever nada aos principais blogs que existem por ai. Se isso foi conseguido, devemos muito ao idealizador e também ao COMPETENTE CARLOS HENRIQUE com suas magistrais descobertas, e a todos indistintamente que acreditaram que isso podia dar certo. Hoje, posso dizer com convicção que o BLOG BOTAFOGO ETERNO deixou de ser um blog, e se tornou um PATRIMÔNIO da nossa história e do clube que amamos.

Um abraço a todos, que possamos estar aqui unidos por muitos anos sempre lutando para ver o nosso querido e GLORIOSO BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS nas alturas, é o que desejo de coração.


Campeã dos jogos da Primavera - irmã do Luiz Fernando é condecorada pelo Dr. Luiz Galotti, ministro do STF, futuro presidente do Supremo e botafoguense emérito.


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

BANANA BEBA – O CRAQUE

Uma história de vida - Carlos Henrique.



Olá amigos,

Antes que pensem “O Carlos Henrique bebeu...”, por favor, leiam a história toda, creio que consigo esclarecer o título.

Bem, em segundo lugar, me desculpo porque será um texto longo. Por outro lado, havia escolhido esta data para a postagem, e estava preocupado, pois iria atropelar o post de um jogo do Botafogo. Mas como o Botafogo não jogou (nada), então ficou melhor.

Amigos, venho aqui para contar uma história minha pessoal, como botafoguense. Vendo a história de amigos como Luiz Fernando e Heleno, sabia que deveria escrever a minha. E vendo os amigos falando de Garrincha, Didi, Nilton Santos e tantos outros, sabia que deveria falar de um craque do Botafogo que tive o prazer de ver jogar, e conviver, e o nome dele é Banana Beba (não, acreditem, eu não bebi, e sei que vocês nunca ouviram falar dele).

Esta história encaixa muito bem neste momento de incerteza que vivemos agora, pois é uma história de resistência, de acreditar no que se faz, de acreditar no Botafogo, de acreditar na vida. Uma história de superação.

Ela se passa na segunda metade da década de 70, fora do Rio de Janeiro. Eu ainda criança, o Botafogo tendo comemorado o aniversário do urubu com uma goleada de 6 a 0 poucos anos antes (creio que foi a partir deste dia que me vi botafoguense, pois pouco lembro de futebol antes disso), mas em claro declínio, entrando na tenebrosa era de 21 anos sem títulos.


Botafogo inesquecível

Pois bem, nesta época fomos morar em outro estado, em local aonde conviviam pessoas de vários locais do país, e tínhamos livre acesso a quadras de Futsal. Não, na verdade de Futebol de Salão, como se chamava na época o esporte. Neste ambiente, pude ver o futebol do meu irmão desabrochar. Sua característica, de dribles desconcertantes, com uma mobilidade aguda e irreverente, um jeito meio que de boneco-de-mola, parecendo que iria cair a qualquer momento, e mais o fato de ser alto e branco, lhe rendeu o apelido de banana bêbada, ou de forma simplificada, Banana Beba.

Só para clarear o estilo, eram umas passadas largas desengonçadas, meio ao estilo do Somália, com dribles desconcertantes ao melhor estilo Maicosuel. Na época, comparavam ao estilo cambaleante do Toninho Cerezo. Acho que com essa descrição os amigos conseguem desenhar uma imagem do estilo do jogador. É claro que tudo isso num menino, iniciando a adolescência, e no tal futebol de salão.

Pois bem, ele era figura constante na pelada da criançada. A pelada sempre rolava naquele tradicional esquema de time de fora, e ele era um daqueles que estava sempre entre as primeiras escolhas. E dificilmente recusava uma partida, fominha de bola que era. Entretanto, além das peladas, a garotada “torcedora” acabou montando uns times fechados. Vou ser sincero, eram só dois times, o Vasco e mais outro, que realmente não lembro se Fluminense ou Flamengo. E volta e meia marcavam umas partidas, onde só o pessoal do grupinho fechado participava. Eram escalações prontas, o pessoal com uniforme e tudo. Nós que não estávamos no grupo e não tínhamos um time, só assistíamos. Inclusive o Banana Beba.

Na mesma época, os adultos resolveram aproveitar o espaço existente e organizar um clube dos moradores. O projeto foi bem pra frente, e acabou, para a garotada, resultando na criação de um torneio infanto-juvenil de futebol de salão. Abriram as inscrições, e logo estavam lá inscritos Vasco, Flamengo e Fluminense, pois já haviam criado um terceiro time, e seria um triangular.

Mas o Banana Beba, visionário (e isto me lembra o Paret com o seu/nosso BLOG), logo questionou:”Como pode o Botafogo ficar de fora dessa?”. Então ele correu atrás, arrumou quem topasse bancar parte do uniforme, e arrumou uns amigos para conseguir fazer a inscrição inicial do time dentro do prazo. E nessa estava lá eu, moleque, pequeno, franzino e perna-de-pau, compondo o elenco. Outro amigo de todas as horas, mas que não jogava nada, o Delany, também botou o nome lá. Assim como um melhorzinho no toque de bola, também botafoguense, o Ednaldo.


Galerinha em frente de casa

Estávamos inscritos! Haveria um Botafogo naquele torneio. E éramos a piada. Um verdadeiro exército de Brancaleone. Todo mundo apostando quem conseguiria a maior goleada em cima de nós. Mas o Banana Beba não era bobo, e sabia honrar o nome do Botafogo. Havia tempo para inscrever mais gente, e ele correu atrás, catando um pessoal que pouco participava das peladas, mas que ele sabia da qualidade técnica. E em poucos dias, batendo de porta em porta, ele conseguiu montar o time. Lembro até hoje e com facilidade a escalação final. Miltinho no gol, irmãos Caminha (não lembro o primeiro nome deles, talvez Márcio e Maurício), um fazendo o fixo, outro a ala esquerda, Banana Beba pela ala direita, e Ednaldo fazendo algo tipo um pivô.

Ainda assim éramos a piada do torneio. Veio o sorteio e o excelente e favorito time do Vasco, que possuía um fixo chamado Arquimedes, no melhor estilo volante inteligente, caiu para enfrentar o Flamengo. Coube ao Fluminense jogar contra nós na primeira partida do torneio. Ou seja, na cabeça de todo mundo a final seria Vasco contra Fluminense, apesar dos flamenguistas acreditarem numa vitória frente ao Vasco.


O time a ser batido

Fomos para o jogo. Eu e aqueles amigos de primeira hora fomos com muita honra para o banco de reservas, torcedores de luxo. Acabamos cumprindo papel importante naquela primeira partida. Porque? Porque era um torneio de duas partidas, no mesmo dia, jogo depois de jogo, e era importante não cansar demais os jogadores principais. Além disso, ainda houve um motivo nobre, gesto inteligente do nosso técnico. Explico fácil, aconteceu que Banana Beba e Ednaldo começaram a partida arrasadores, e o Caminha, nosso fixo, não perdia uma atrás. Então, em determinado momento do segundo tempo a partida teve que ser interrompida para atenderem o goleiro do Fluminense, que havia desabado na área, aos prantos. Local da contusão? No coração e no orgulho, pois isto ocorreu no momento em que ele sofreu o sexto gol, e vencíamos por 6 a 0, num baile total.

Depois de alguns minutos, o menino convencido a continuar no jogo, voltamos com time todo reserva, inclusive eu na quadra, e terminamos a partida com um acachapante 8 a 2. Não éramos mais piada, muito pelo contrário. Esperávamos a final. O outro jogo foi duro, e se a memória não me falha, terminou 2 a 1 para o Vasco sobre o Flamengo.

Mesmo com o 8 a 2, todos acreditavam no título do Vasco. Entramos na final com o time principal, a partida foi dura, mas fizemos 2 a 1. Já próximo ao fim do jogo o Banana pegou uma bola pela direita, driblou um, tocou para o Ednaldo que fez o pivô e devolveu rasteira para o próprio Banana, que encheu o pé e acertou o ângulo. Golaço! E me lembro bem até hoje, o Banana Beba pulando ao estilo Pelé, comemorando aquele golaço, que sentenciava a vitória. A partida realmente fechou naqueles 3 a 1, recebemos as medalhas, orgulhosos. E a coisa foi tão intragável, que já saímos dali ouvindo o planejamento de um novo torneio, pois aquela situação era inadmissível para eles. Mas não tinha como, aquele título era nosso. Um sonho realizado.

Prontos para receber a medalha

Mais do que isso, fizeram o tal novo torneio, e a coisa quase que se tornou evento anual, pois depois do segundo tiveram que fazer um terceiro e um quarto torneio. Conseguimos nada menos que o tricampeonato. E Banana Beba foi o craque do tricampeonato do Botafogo no final da década de 70, pelo menos na minha cabeça de criança, naquele nosso mini-universo, distante do Rio de Janeiro. Pode parecer besteira? Mas não. Saibam que com isso nenhum dos garotos tinha coragem de falar mal do Botafogo, falar da nossa crise de títulos, e os diversos problemas do clube, como a perda de General Severiano. Afinal, sofriam diretamente na pele as derrotas. Foi um ponto de resistência, foi algo que nos serviu de apego, naqueles e em mais alguns anos de dificuldades.

Banana Beba amadureceu, se aventurou pelo futebol de campo, e numa brincadeira de pelada chegou a dar uns dribles num cara, mais velho, mais forte, e que conseguia detonar todo mundo que tentava driblá-lo. Ao final da pelada, o cara se apresentou e fez um convite. Ele era jogador, zagueiro dos juniores de importante time do futebol brasileiro, antigo campeão brasileiro e atualmente na série B. Ele disse que apresentaria o Banana Beba para o técnico, para fazer um teste, e que tinha certeza que ele conseguiria a vaga. Meus pais não deixaram o teste se realizar, depois nos mudamos, outras prioridades vieram, e aí ele se afastou do futebol, apesar de jogar as peladas, sempre bem sucedido.

Veio a faculdade, e perto do fim do curso, quando ainda vivendo seu prazer pelo esporte e fazendo remo (já havia feito também atletismo), teve fortes dores nas costas. Avaliação médica indicava problema muscular, depois algo de coluna, após 3 semanas as dores só pioraram, e acabei o acompanhando carregado ao hospital, ele sem conseguir andar, sem força nenhuma nas pernas. Finalmente, rapidamente um neurologista fez o diagnóstico: um tumor pressionava sua coluna. Cirurgia feita, e a constatação de que era um tumor maligno, linfoma não-Hodgkin, levando também à quimioterapia e radioterapia. Aos 24 anos, foram 4 semanas deitado na cama, mais alguns meses entre cama e cadeira de rodas, muita fisioterapia, quase um ano necessitando de duas muletas para andar, depois só uma muleta, e finalmente usando eventualmente uma bengala para dar mais firmeza e tranquilidade.

Neste tempo todo eu também amadureci, também fiz faculdade, me formei, casei. Meu futebol de perna-de-pau evoluiu alguma coisa, evidentemente no gol, onde acabam parando os sem talento com os pés. E perto de casa havia um campo de futebol, e então um dia fui lá, eu, meu sogro, meu cunhado e o Banana Beba, já recuperado, só com o uso eventual de sua bengala. Resolvemos bater uma bolinha, só aquela brincadeira de troca de passes, afinal éramos somente nós 4 em um campo. Acabou que depois virou uma brincadeira de chute a gol, e eu de goleiro.

A brincadeira fluía bem, saindo alguns gols e algumas defesas, aquele bate-bola onde não sai nada que preste de jogada. Nem o Banana acertava nada, afinal eram quase 2 anos sem tocar em bola, e há pouco ele andava com facilidade. Quando de repente a bola espirrou para fora da quina esquerda (direita do goleiro) da área, eu me desloquei para lá, mas o Banana correu, pegou a bola. Dei dois passos para trás e para direita, fechei o canto, e saiu o chute dele. A bola subiu, e o chute abriu, como se fosse sair a minha esquerda lá pela linha de fundo, mas eu vi que o bola já vinha com efeito, e não havia como, alta e aberta, passou por cima e à minha esquerda, e caiu em curva, entrando no ângulo esquerdo do gol. Eu olhei a bola no fundo da rede, olhei para ele e sorri com aquele pensamento de goleiro que pensa “FDP, essa não tem como, vai sacanear outro”. Ele sorriu também, baixou a cabeça. Respirou fundo, botou as mãos na cintura, e falou: “Cansei. Estou satisfeito”. Eu concordei, também estava satisfeito.

Que orgulho daquele gol. Que orgulho de ter visto Banana Beba jogar. Que orgulho de ser tricampeão pelo Botafogo.
Que orgulho de ser Botafogo.
Parabéns Banana Beba.


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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UMA ALVINEGRA - PAULA GOMES

PAULA GOMES – DEPOIMENTO (Botafogo 4x0 Ceará)

Paula Gomes é filha do amigo Braso, do Blog, e fez sua estréia em jogos na partida Botafogo 4x0 Ceará, pelo brasileirão de 2011.


Dia 7 de setembro de 2011


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Num taxi a caminho do trabalho, na véspera do jogo, perguntei ao motorista se achava que o Engenhão ia mesmo lotar na quarta - afinal eu ainda não tinha comprado os ingressos.





  • Ah, minha filha, vai nada - disse o motorista.


  • Qual o seu time? - pergunto


  • Eu sou tricolor!!! - respondeu, meio com raiva.



Comprei os ingressos. Só pelo despeito do sujeito, pensei: "vai acabar lotando, já que meu pai disse estarem vendidas 20 mil entradas".

Atrasada, saí correndo do trabalho (sim, eu trabalho em feriado), fui buscar meu velho (o Braso!) em casa e fomos para o Engenhão. O taxista malandro nos deixou no maior perrengue, andamos muito e demos a volta no estádio todo para chegar à estátua do Garrincha.

Conhecemos, finalmente, os amigos botafoguenses do meu pai, motivo de muita alegria e emoção para a família. Só gente bacana, super família, gente fina! Marcos, Henrique e sua galera. "Tô aqui com a família Braso", dizia o Marcos no telefone. Pensei: “meu Deus, somos famosos!!!"

Na rua, muita gente animada, feliz e com a camisa do Fogo (olha a intimidade!). "Pai, nunca vi tanto botafoguense junto...aliás, pai, nunca vi tanta gente de um time só!!!"



Eu não entendo nada de futebol e nunca tive muita paixão por times, apesar de torcer sempre, e muito, por Cuba nos esportes. E pelo Brasil, claro, na Copa.

Mas precisa entender? O jogo começou, um gol depois do outro, meu pai emocionado. "Põe meus óculos, pai!!!". Me lembrei de que quando era criança identificava o Botafogo como "time de gente boazinha". E aí todos os artistas que admirava já se tornavam automaticamente botafoguenses, até o Chico Buarque (que é tricolor, toma aí, motorista!!!), porque o Vinícius tb era.







Bom, eu não minto: sou Botafoguense desde antes de ontem. O sorriso do meu pai faz valer a pena.

Rio, 8/9/2011 - 15:06








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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MEU AMOR AO BOTAFOGO

Por Luiz Fernando - do Blog



______________________________Uma história alvinegra

Meus queridos amigos botafoguenses.

Eu disse um dia lá atrás que mandaria a vcs a minha história de como tudo começou e me senti botafoguense.

Muitos dias se passaram e após a brilhante história do Heleno, fiquei matutando qual seria o dia em que poderia contar a todos os alvinegros a minha vida desde os 7 anos de idade até os dias de hoje. E este dia chegou após ler uma frase do nosso querido Paret, onde ele dizia: "ISTO É SER BOTAFOGO".


Tudo começou em 1957, quando meu querido pai foi convidado a ser dirigente das categorias de base do Botafogo, tendo sido vitorioso em todos os campeonatos de infanto-juvenil e juvenil nos anos de 57/58. Como eu era filho homem único eu o acompanhava sempre nos treinos, nos jogos, enfim minha infância foi cultivada em GENERAL SEVERIANO. E olha que sou sobrinho de grandes Beneméritos do Fluminense Futebol Club.


Durante alguns anos pude desfrutar da convivência dos ídolos imortais DIDI, NILTON SANTOS, GARRINCHA, PAMPOLINE, PAULO VALENTIN, EDSON, ADALBETTO, BETO, TOMÉ, QUARENTINHA, ZAGALLO, JOÃO SALDANHA, NENEM PRANCHA, enfim só nós podemos escrever isso, e deve dar uma inveja danada naqueles que tiveram que assistir estes craques dilacerarem o que viam pela frente, e imagine poder bater uma bola com esta turma toda, almoçar com eles antes dos jogos em General Severiano, isso na minha memória é tão presente que se torna inesquecível.

Na minha infância, ou seja, dos 7 aos 11 anos, pude bater bola com o grande Didi após os treinos, (os grandes craques da época tinham o elogio de cobra) e ele carinhosamente me chamava de cobrinha. Foram anos de sonho, e que me encheram de esperança de um dia ser jogador de futebol do Botafogo.


Mas o destino assim não quis. Meu pai se dedicava tanto ao clube que infelizmente esqueceu da sua empresa e a largou nas mãos de um seu contador (provavelmente flamenguista), que infelizmente fez o serviço sujo e o levou à banca rota.

Tivemos que abandonar o clube em virtude de tantas dívidas contraídas por meu pai. Inúmeras não foram saldadas e isto levou nossa família a recomeçar do zero nossas vidas e quase a morrer de fome, quando tive que, aos quatorze anos, junto com minha irmã mais velha (ambos éramos atletas do clube), trabalhar para poder sustentar nossa família.

Eu tinha sinceramente tudo para hoje detestar ou até mesmo odiar o Botafogo de Futebol e Regatas, pois todo aquele sonho que tinha, de repente foi por água abaixo pelo amor que meu pai tinha ao clube da Estrela Solitária a ponto de abandonar sua empresa e a largar nas mãos de um irresponsável que a detonou em pouco tempo. O mais incrível disso tudo é que fui padrinho de sua única filha a seu pedido.


Mas como disse nosso grande Marcos Paret, ser botafoguense é isso, acreditar sempre que as coisas por piores que sejam sempre vão melhorar. O Botafogo é o ar que respiramos, não vivemos sem ele. Quem conviveu com grandes jogadores como aqueles que citei lá em cima, posso dizer hoje após 55 anos passados que se trata de uma das melhores lembranças que tenho na vida. Isso é único, é maravilhoso, e me enche de orgulho, pois ser botafoguense é ter paz no coração.

Fica ai a minha história de como me tornei um botafoguense de corpo e alma, muito disso credito a meu pai, que mesmo tendo levado na cabeça por causa em parte do clube, jamais deixou de amá-lo e fez questão de que em cima de seu caixão estivesse a bandeira do clube ao qual dedicou parte de sua vida.

Muito obrigado Botafogo, por existires na minha vida nestes 62 anos de existência. A você devo em parte a minha memória e a minha vida esportiva até os dias de hoje.

EU TE AMO, BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.


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