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terça-feira, 19 de junho de 2012

SELEFOGO_PARTE 1

  O começo de uma saga única no futebol

O BRASIL NA COPA DE 1934



O Botafogo levou o país à Copa da Itália.
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Vem de longe, muito longe, a saga alvinegra associada à camisa amarelinha da seleção brasileira, e que acabou por fazer surgir o neologismo "Selefogo". Na década de 30 o Botafogo mandava no futebol brasileiro. Foi campeão carioca em 1930 e multiplicou isto por 4 entre 32 e 35. E enquando muitos tentam taxar o tetracampeonato (inédito) como título da fase amadora, não se tem notícia de qualquer profissionalismo na outra liga que se formou. Isto pode ser facilmente confirmado através do ocorrido com o time do Flamengo, que foi o último colocado em 1933 mas se recusou a disputar o campeonato no grupo de acesso. E havia grupo de acesso.

Mas o que se quer mostrar aqui, é a importância sempre primordial do Botafogo para os destinos do futebol brasileiro desde sempre. A participação brasileira na segunda edição da Copa do Mundo, em 1934, na Itália, sofreu com brigas políticas no futebol nacional. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos), atual CBF, estava em conflito com as demais federações regionais e, por isso, a base do time selecionado tinha 11 jogadores do Rio de Janeiro, sendo nove do Botafogo e dois do Vasco. As boas relações do alvinegro com a entidade máxima do nosso futebol, fizeram com que o clube assumisse a responsabilidade de levar o país à Copa da Itália. O resultado alcançado na competição passou a ser então o de menos, visto o momento de crise. O que ficou na história, foi a decisiva contribuição do Botafogo para a participação brasileira no certame, sendo aclamado para sempre como o clube que possibilitou ao país ser O ÚNICO PRESENTE A TODAS AS COPAS DO MUNDO.

Conforme já dito acima, entre os convocados, 11 eram do Rio e 9 do Botafogo, como se pode comprovar pela lista mostrada na imagem abaixo. Completaram o elenco, seis jogadores de outros estados, incluindo um que atuava fora do país. Quatro do São Paulo, um do Grêmio e outro do Nacional, do Uruguai.




O Botafogo tornou-se a base da Seleção Brasileira, nas Copas de 1930, 1934 e 1938, revelando para o mundo craques e mais craques. O clube contratava os que surgiam em outros clubes do Rio, do restante do país e do futebol argentino e uruguaio. Entre esses talentos, destaca-se o famoso Leônidas da Silva, o Diamante Negro, que inventou o gol de bicicleta em um jogo da Seleção contra a Itália, na Copa de 1938. General Severiano virou um celeiro de craques, como Martim Silveira, Canalli, Paulinho Tovar, Carvalho Leite, Nilo Murtinho Braga, Patesko, Pirica, Átila e Heleno de Freitas.

Em 1936, o Botafogo, cuja fama já atravessara o continente, fez sua primeira excursão internacional: foram nove jogos no México e nos Estados Unidos, com seis vitórias, duas derrotas e um empate. Embora tenha conquistado apenas um título carioca nos anos 1940, o de 1948, 13 anos após o tetra de 1935, essa década foi muito rica para a história do Glorioso. Além de acumular vitórias internacionais o clube montou grandes times, recheados de craques e ídolos, como Heleno de Freitas, Nílton Santos, Geninho, Gerson Santos, Ávila, Juvenal, Oscar Basso (lendário zagueiro argentino do melhor futebol que aquele país produziu), Paraguaio, Pirilo, Oswaldo Baliza, Rubinho e Octávio e o maior de todos, Garrincha, que chegou a General Severiano na virada dos anos 40 para os 50 e se consagrou nas décadas seguintes. A referência ao zagueiro portenho Basso e ao futebol do seu país se explica: o domínio argentinho no futebol nos anos 40 era tal, que todos os críticos da época não vacilaram em afirmar que, se tivessem sido realizadas as duas Copas suspensas pela guerra, a Argentina seria bicampeã com folga.

O alvinegro foi muitas vezes base da Seleção Brasileira, sendo o recordista de convocações. Teve 100 jogadores chamados no geral e também 46 convocações para Copas do Mundo (números atualizados até junho de 2012). Depois de viver um próspero momento logo após sua fundação e ter dominado o futebol carioca no início da década de 1930, em 1938, ano da reinauguração do estádio de General Severiano com novas arquibancadas de cimento, no Campeonato Carioca e no Torneio Municipal, o clube ficou em terceiro lugar. Cedera, durante as competições, cinco jogadores para a disputa da Copa da França jogando assim, nos campeonatos locais, desfalcado de seus principais atletas. ABDICAMOS DOS TÍTULOS EM FAVOR DO CLUBE, EM PROL DE ALGO BEM MAIOR: A CONSTRUÇÃO DA LENDA DO FUTEBOL BRASILEIRO.

O timaço tricampeão carioca - a base da seleção na Copa da Itália

O tetracampeonato veio no ano seguinte

 


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SELEFOGO_PARTE 2

HÁ 50 ANOS, UMA CONQUISTA ALVINEGRA INIGUALÁVEL



Seleção é bicampeã mundial no mundial do Chile.
A lenda 'Selefogo' se populariza de vez.

A pátria de chuteiras se transportou inteira para o Chile, na bola e no pensamento, sonhando com a glória e a eternidade no futebol, mas o destino parecia querer nos pregar uma peça. E este desfecho trágico parecia ter o ápice com a contusão do Pelé, logo na segunda rodada do mundial. Mal sabiam os céticos e amedrontados torcedores brasileiros, que um novo Rei do futebol surgiria nos estádios chilenos, praticamente fazendo transposição das chuvas do Pacífico para o deserto de Atacama, tamanha a qualidade do seu jogo e a magia que mostrava em campo. Seu nome: GARRINCHA.

Não foi de graça ou por simpatia ao Botafogo, a manchete cravada pelo jornal The Times de Londres após a final daquela Copa, quando depois de derrotar a antiga Tchecoslováquia por 3x1, a nossa seleção sacramentou o bicampeonato mundial e o seu poderio no futebol. Disse o conceituado jornal:

“...O MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL DO MUNDO NÃO É PELÉ: É GARRINCHA...”




Tudo aconteceu assim.

Com a contusão de Pelé no segundo jogo da primeira fase, o Brasil dependeu de outro craque para levantar pela segunda vez o troféu de campeão mundial: Mané Garrincha. Com dribles desconcertantes, irreverência, cruzamentos precisos e chutes poderosos, o "gênio das pernas tortas" encantou os chilenos e a imprensa mundial presente à Copa e foi considerado o melhor jogador do torneio.

Garrincha assumiu o comando do espetáculo de forma tão magnífica, que até gols de cabeça e de perna esquerda o craque fez. Com seus dribles lendários, o “anjo de pernas tortas” levou o Brasil nas costas na Copa de 62. A Seleção se classificou em primeiro na fase de grupos, eliminando a Inglaterra nas quartas e os donos da casa nas semifinais. Mas pode-se dizer que o Brasil só decolou mesmo a partir das quartas, quando Garrincha chamou para si a responsabilidade e dizimou o English Team: Brasil 3 a 1 Inglaterra.

No dia seguinte os jornais ingleses estampavam: “Mané Garrincha é um extra-terrestre”. O jornal The Times foi além, colocando em manchete ao final da Copa 'O rei do futebol não é Pelé: é Garrincha'. Nas semifinais, o Brasil venceu o Chile, dono da casa, por 4 a 2 no Estádio Nacional lotado. Os chilenos, com o lema “como nada temos queremos tudo”, surpreenderam e ficaram com um honroso terceiro lugar ao derrotar a Iugoslávia. O Chile havia sofrido com o maior terremoto da história até então (um dos maiores já registrados até hoje), e praticamente reconstruiu a capital para receber a Copa, daí a expressão de luta e fervor nacionalista.

A final da Copa, contra a Tchecoslováquia, foi difícil. Garrincha jogou com 38º de febre e os Tchecos abriram o placar. Mas a simples presença do Mané em campo assustava os adversários e assim, Amarildo empatou a partida e Zito virou o jogo. Vavá marcou o último gol do Brasil, ratificando a glória da era Garrincha. O nosso gênio alvinegro até havia sido expulso na semifinal, mas a força da antiga CBD (atual CBF) aliada ao clamor da opinião pública mundial presente ao evento, fizeram com que fosse escalado na final. Afinal de contas, o bom senso prevaleceu, visto o nosso rei brasileiro (alvinegro) ter sido expulso por revidar agressões em sequência e não por lance de violência gratuita.




Abaixo, uma reprodução, com adaptações, de texto da edição eletrônica da Revista Placar de junho/2012, nestes 50 anos do bi mundial. 

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Bicampeão. E a festa verde-amarelo que começou nas ruas chilenas de Santiago rapidamente se espalhou por todas as cidades do País, pelo mundo, onde houvesse um torcedor brasileiro. Há exatamente 50 anos, em 17 de junho de 1962, a Seleção conquistava seu segundo título na história das copas.

Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Este foi o esquadrão de heróis, comandado por Aymoré Moreira, que fez o planeta reverenciar mais uma vez o talento, a ginga e a malícia do futebol-arte canarinho. Pelé, o Atleta do século XX, havia sofrido uma lesão muscular, dando vaga para o competente Amarildo. Sem o Rei do Futebol, a coroa ficou para Mané Garrincha, o craque das pernas tortas, do drible desconcertante, que deixava os rivais humilhados, a estrela do Bi.

O Brasil fez sua estréia de forma correta, derrotando o México por 2x0, mas foi na segunda partida que o destino começou a conspirar a favor de Garrincha naquela Copa. Pelé se contundiu contra a Tchecoslováquia e isto, de certa forma, abalou o grupo que não conseguiu sair do empate sem gols. Garrincha então vestiu o manto da responsabilidade como se dissesse "agora é comigo. Esta Copa é minha". Relatos não confirmados dão conta de que a lenda do Botafogo havia declarado que Pelé se sentira embaçado por ele desde 1958 e que, com a ausência do 10 santista, quem iria se consagrar como melhor do mundo era ele. Dito e feito.

Um jogo para a história: Brasil 3x1 Inglaterra com show do Garrincha 
Até o cachorrinho entrou em campo, como quem diz "quero entrar também para a história" 


Amarildo entrou no lugar do Pelé (o quinto jogador do Botafogo em campo pela seleção) e o nosso time venceu os espanhóis por 2x1, jogo de vida ou morte para definir quem passava para as quartas. Veio então a fase seguinte e, com Garrincha inspiradíssimo e já à vontade com o cetro e a coroa do futebol, o passeio se fez com um definitivo 3x1 sobre a Inglaterra, o que motivou o tratamento dado ao lendário craque do Botafogo pela imprensa inglesa dali por diante (fato mostrado no início desta postagem com as manchetes dos jornais ingleses). Chegou a semifinal e novo passeio da selefogo, com um 4x2 sobre os donos da casa e a vaga na decisão do mundial. Na final, aquele Brasil 3x1 Tchecoslováquia (atual República Tcheca) só teve mesmo o papel de cumprir os desígnios do destino. O futebol do Brasil, através do Botafogo, subiu de vez ao mais alto degrau do esporte mundial.

Assim se fez a história do melhor futebol de todos os tempos.

ISTO É BOTAFOGO. ISTO, NINGUÉM CALA.

SELEFOGO_PARTE 3

SELEFOGO 4X1 ARGENTINA


O dia em que os hermanos caíram de 4 
aos pés do Botafogo

 


Um dos maiores olés da história do futebol.

O link da matéria (aqui)

Não houve filmagem do jogo - aqui, uma reportagem especial da TV


Muitos clubes desportivos do mundo colecionam glórias. O desporto é, aliás, uma glória por si mesmo. Muitos clubes detêm recordes, façanhas e feitos únicos que os distinguem de outros. O nosso amado Botafogo, não possuindo uma torcida numericamente fabulosa – ainda bem! –, nem títulos de ‘cegar’ meio mundo, possui, contudo, uma gama de acontecimentos tão magnífica (sui generis para ser mais exato), que lhe permite se inserir num panteão no qual distingue-se da maioria esmagadora dos clubes do mundo – pela sua história e pelas suas originalidades inigualáveis.

Existiu um ‘jogo inesquecível’ e o resultado foi Botafogo 4x1 seleção argentina (os titulares e não o Velez disfarçado de seleção). Este jogo não foi jogado pelo Botafogo, mas por uma seleção brasileira que entrou em campo com oito jogadores botafoguenses, vindo a golear a Argentina por 4x1. Quantos clubes do mundo viram a seleção de futebol do seu país representada por oito jogadores simultaneamente? E qual clube do mundo que tenha carregado tantos titulares na formação da seleção nacional (talvez alguma de um país com 2 clubes, a última espanhola, provavelmente) pode dizer que goleou, humilhou, esmagou e reduziu a pó um selecionado do naipe do time da Argentina?



No dia 7 de Agosto de 1968, no Estádio do Maracanã, os jogadores botafoguenses realizaram um dos mais célebres jogos de futebol perante 40 mil torcedores absolutamente maravilhados com a sua Selefogo. Foi um verdadeiro recital de bola. A CBD (atual CBF), em rota de colisão com os clubes paulistas, colocou em campo um combinado carioca com oito jogadores do Botafogo, sob o comando do técnico Zagallo, do Botafogo. O nosso tetracampeão do mundo (como jogador, treinador e dirigente) recordou o jogo:

– “Em 1968, fui convidado para dirigir a Seleção contra a Argentina em um amistoso no Maracanã. Formei a Seleção com a base do time do Botafogo, que tinha sido campeão estadual em 67 e acabaria bicampeão no final de 68, e goleamos por 4 a 1. Foi o meu primeiro jogo como treinador da Seleção, para onde voltei oficialmente em 70.”

O time do Botafogo foi todo convocado e só não entraram em campo o goleiro Cao, o zagueiro Zé Carlos e o ponta direita Rogério. A equipe alinhou inicialmente com Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Murilo (Flamengo) substituiu Moreira do Botafogo); Ney Oliveira (Vasco da Gama) substituiu Roberto (Botafogo). Os gols foram obtidos por Valtencir, Roberto, Jairzinho e Paulo César. O BRASIL ENTROU EM CAMPO COM 3 JOGADORES DO VASCO, E 8 ATLETAS DO BOTAFOGO.

O desenrolar do jogo será narrado a seguir, mas cabe respeitosamente informar aos leitores que OS 4 GOLS DO BRASIL FORAM MARCADOS POR JOGADORES DO BOTAFOGO.


Gérson comandou o espetáculo, que se notabilizou, além da goleada, por uma "roda de bobo" feita aos jogadores argentinos, durante a qual os brasileiros trocaram 52 passes consecutivos, que culminaram no 4º tento, gol este que coroou aquele que ficou conhecido como o ‘Jogo do Olé’.

COM O JOGO JÁ DEFINIDO, GÉRSON COMANDOU UM OLÉ DOS MAIS INESQUECÍVEIS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL.

Zagallo recorda esse momento mágico na memória de 40 mil privilegiados torcedores presentes ao estádio:

– "Trocamos os 52 passes, com os argentinos na roda, até sair o gol do Paulo César. Foi um lance que dificilmente será visto de novo no futebol”.

ESSA CENA JAMAIS FOI REPETIDA E, COMO SE COSTUMA DIZER, “QUEM VIU, VIU; QUEM NÃO VIU, PERDEU”.

Os minutos iniciais foram de contenção dos argentinos, que formavam um muro compacto para impedir as jogadas do adversário. A Selefogo jogava com a defesa em linha, mas Gérson e Carlos Roberto, recuados, asseguravam a consistência defensiva, sendo função de Paulo César ( P.C. Caju) e de Nado irem buscar jogo atrás.

Os argentinos ameaçaram por duas vezes, a meio da 1ª parte, mas Félix correspondeu com duas boas defesas. Aos 40 minutos, quase que Yazalde marcava (futuro jogador do Sporting que conquistou a Bola de Ouro de melhor marcador europeu), mas logo a seguir Valtencir (nosso lateral esquerdo antes da chegada de Marinho Chagas, a lenda) avançou pela esquerda, recebeu a bola e chutou de fora da área inaugurando o marcador.


Entretanto, os argentinos tiveram que procurar o gol na 2ª parte e o jogo tornou-se mais aberto. Nado aproveitou-se disso aos 5 minutos, fez um lançamento longo para o flanco direito e, já próximo à trave, Roberto cobre o goleiro adversário e faz Selefogo 2x0.

O Brasil então ampliou a sua liderança em campo e a festa começou a se descortinar por todo o estádio. Aos 28 minutos, Roberto quase que aumentava o placar a passe de Jairzinho. Porém, quatro minutos depois, Gérson arranca pela esquerda, toca para Paulo César que chuta rasteiro para a marca de grande penalidade, onde Roberto ajeita a bola e fuzila o ângulo direito da Argentina. Selefogo 3x0.

Entretanto, Roberto foi substituído por Ney e iniciou-se a famosa cena do ‘olé’, aos 83 minutos de jogo, que durou dois artísticos minutos e meio. Os últimos passes redundaram de uma tabelinha entre Ney e Jairzinho, que completou para o fundo da baliza perante o delírio absoluto de quarenta mil pessoas. Selefogo 4x0. Mesmo no encerrar do pano os argentinos marcaram o seu gol de honra.



FICHA TÉCNICA

Brasil 4x1 Argentina
» Gols: Valtencir, Roberto, Paulo César e Jairzinho (Brasil); Basile (Argentina)
» Competição: Amistoso
» Data: 07.08.1968
» Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
» Público: 39.375 pagantes
» Árbitro: Armando Marques
» Brasil: Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), depois Murilo (Flamengo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), depois Ney Oliveira (Vasco), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Técnico: Mário Zagallo (Botafogo).
» Argentina: Sanchez, Ostua, Perfumo, Basile e Malbernat; Solari (Savoy) e Rendo; Aguirre, Yazalde, Veglio (Minitti) e Más. Técnico: José Maria Minella.


Adaptação de texto extraído do site "Canal Botafogo"


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domingo, 12 de fevereiro de 2012

OS DOIS ANOS DO BLOG - DEPOIMENTO

ANIVERSÁRIO DO BLOG - 2 ANOS - DEPOIMENTO DE LUIZ FERNANDO.


Uma imagem histórica do Luiz Fernando - O companheiro que viveu os anos de ouro do BFR.

Dia 01/11/2011

Caríssimos Botafoguenses.

Exatamente hoje, este espaço está completando dois anos de vida com muitos seguidores e um sensacional índice de visitas.

Agradecer ao idealizador já o fiz muitas vezes e para não me tornar pedante vou passar batido nisso.

Vou enaltecer a idéia que foi brilhante por sinal. Eu acredito, nunca perguntei, mas o ponto de partida da idéia deve ter sido o post de O Globo. Quando escrevíamos lá era até como defesa da instituição Botafogo de pessoas que na sua grande maioria sabiam apenas que futebol se joga com uma bola redonda e são 11 jogadores de cada lado. Queríamos escrever sobre muitos assuntos, discutir nosso clube de coração, criticar, elogiar, mas infelizmente nos tornávamos alvo de maledicências, cujo teor nos deixava irritados pois não conseguíamos dar a resposta à altura, tendo em vista que éramos sempre bloqueados em nossos comentários por jornalistas totalmente parciais.

O BLOG foi como um embrião que foi crescendo, crescendo até que no dia 01.11.2009 se tornou uma realidade graças ao PARET. Uma realidade maravilhosa para todos nós que o freqüentamos para discutir pontos de vista sobre o elenco e o Botafogo. Muitas vezes até fugimos do assunto interno para colocarmos outras situações que merecem um comentário relevante nosso, e ai se prova a qualidade e o nível dos botafoguenses.
Mas o mais importante disto tudo é que em apenas dois anos conseguimos mostrar aos nossos adversários que separamos o “joio do trigo” ou seja, mostramos do que somos capazes ao nos unirmos em torno de um clube que por mais que seja desrespeitado e invejado pela mídia, como disse o nosso torcedor ilustre Zagallo, eles tem que nos engolir como um dos clubes de maior tradição e glórias no futebol mundial. História não se faz da noite para o dia, se constrói ao longo dos anos, e esta história poucos no Brasil podem dizer EU TENHO.

Estamos em festa, PARABÉNS aos ilustres Botafoguenses MARCOS PARET e CARLOS HENRIQUE pela magnitude do espaço que franqueiam a todos nós, onde despejamos diariamente nossas alegrias e nossas frustrações, mas sempre com o intuito de elevar sempre o nome do BOTAFOGO.

PARABÉNS a todos nós que demos suporte a esta idéia sensacional, e que sempre por mais que possamos divergir mantivemos o alto nível nas mais diversas discussões.
Enfim, PARABÉNS ao próprio BLOG que não fica a dever nada aos principais blogs que existem por ai. Se isso foi conseguido, devemos muito ao idealizador e também ao COMPETENTE CARLOS HENRIQUE com suas magistrais descobertas, e a todos indistintamente que acreditaram que isso podia dar certo. Hoje, posso dizer com convicção que o BLOG BOTAFOGO ETERNO deixou de ser um blog, e se tornou um PATRIMÔNIO da nossa história e do clube que amamos.

Um abraço a todos, que possamos estar aqui unidos por muitos anos sempre lutando para ver o nosso querido e GLORIOSO BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS nas alturas, é o que desejo de coração.


Campeã dos jogos da Primavera - irmã do Luiz Fernando é condecorada pelo Dr. Luiz Galotti, ministro do STF, futuro presidente do Supremo e botafoguense emérito.


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

BANANA BEBA – O CRAQUE

Uma história de vida - Carlos Henrique.



Olá amigos,

Antes que pensem “O Carlos Henrique bebeu...”, por favor, leiam a história toda, creio que consigo esclarecer o título.

Bem, em segundo lugar, me desculpo porque será um texto longo. Por outro lado, havia escolhido esta data para a postagem, e estava preocupado, pois iria atropelar o post de um jogo do Botafogo. Mas como o Botafogo não jogou (nada), então ficou melhor.

Amigos, venho aqui para contar uma história minha pessoal, como botafoguense. Vendo a história de amigos como Luiz Fernando e Heleno, sabia que deveria escrever a minha. E vendo os amigos falando de Garrincha, Didi, Nilton Santos e tantos outros, sabia que deveria falar de um craque do Botafogo que tive o prazer de ver jogar, e conviver, e o nome dele é Banana Beba (não, acreditem, eu não bebi, e sei que vocês nunca ouviram falar dele).

Esta história encaixa muito bem neste momento de incerteza que vivemos agora, pois é uma história de resistência, de acreditar no que se faz, de acreditar no Botafogo, de acreditar na vida. Uma história de superação.

Ela se passa na segunda metade da década de 70, fora do Rio de Janeiro. Eu ainda criança, o Botafogo tendo comemorado o aniversário do urubu com uma goleada de 6 a 0 poucos anos antes (creio que foi a partir deste dia que me vi botafoguense, pois pouco lembro de futebol antes disso), mas em claro declínio, entrando na tenebrosa era de 21 anos sem títulos.


Botafogo inesquecível

Pois bem, nesta época fomos morar em outro estado, em local aonde conviviam pessoas de vários locais do país, e tínhamos livre acesso a quadras de Futsal. Não, na verdade de Futebol de Salão, como se chamava na época o esporte. Neste ambiente, pude ver o futebol do meu irmão desabrochar. Sua característica, de dribles desconcertantes, com uma mobilidade aguda e irreverente, um jeito meio que de boneco-de-mola, parecendo que iria cair a qualquer momento, e mais o fato de ser alto e branco, lhe rendeu o apelido de banana bêbada, ou de forma simplificada, Banana Beba.

Só para clarear o estilo, eram umas passadas largas desengonçadas, meio ao estilo do Somália, com dribles desconcertantes ao melhor estilo Maicosuel. Na época, comparavam ao estilo cambaleante do Toninho Cerezo. Acho que com essa descrição os amigos conseguem desenhar uma imagem do estilo do jogador. É claro que tudo isso num menino, iniciando a adolescência, e no tal futebol de salão.

Pois bem, ele era figura constante na pelada da criançada. A pelada sempre rolava naquele tradicional esquema de time de fora, e ele era um daqueles que estava sempre entre as primeiras escolhas. E dificilmente recusava uma partida, fominha de bola que era. Entretanto, além das peladas, a garotada “torcedora” acabou montando uns times fechados. Vou ser sincero, eram só dois times, o Vasco e mais outro, que realmente não lembro se Fluminense ou Flamengo. E volta e meia marcavam umas partidas, onde só o pessoal do grupinho fechado participava. Eram escalações prontas, o pessoal com uniforme e tudo. Nós que não estávamos no grupo e não tínhamos um time, só assistíamos. Inclusive o Banana Beba.

Na mesma época, os adultos resolveram aproveitar o espaço existente e organizar um clube dos moradores. O projeto foi bem pra frente, e acabou, para a garotada, resultando na criação de um torneio infanto-juvenil de futebol de salão. Abriram as inscrições, e logo estavam lá inscritos Vasco, Flamengo e Fluminense, pois já haviam criado um terceiro time, e seria um triangular.

Mas o Banana Beba, visionário (e isto me lembra o Paret com o seu/nosso BLOG), logo questionou:”Como pode o Botafogo ficar de fora dessa?”. Então ele correu atrás, arrumou quem topasse bancar parte do uniforme, e arrumou uns amigos para conseguir fazer a inscrição inicial do time dentro do prazo. E nessa estava lá eu, moleque, pequeno, franzino e perna-de-pau, compondo o elenco. Outro amigo de todas as horas, mas que não jogava nada, o Delany, também botou o nome lá. Assim como um melhorzinho no toque de bola, também botafoguense, o Ednaldo.


Galerinha em frente de casa

Estávamos inscritos! Haveria um Botafogo naquele torneio. E éramos a piada. Um verdadeiro exército de Brancaleone. Todo mundo apostando quem conseguiria a maior goleada em cima de nós. Mas o Banana Beba não era bobo, e sabia honrar o nome do Botafogo. Havia tempo para inscrever mais gente, e ele correu atrás, catando um pessoal que pouco participava das peladas, mas que ele sabia da qualidade técnica. E em poucos dias, batendo de porta em porta, ele conseguiu montar o time. Lembro até hoje e com facilidade a escalação final. Miltinho no gol, irmãos Caminha (não lembro o primeiro nome deles, talvez Márcio e Maurício), um fazendo o fixo, outro a ala esquerda, Banana Beba pela ala direita, e Ednaldo fazendo algo tipo um pivô.

Ainda assim éramos a piada do torneio. Veio o sorteio e o excelente e favorito time do Vasco, que possuía um fixo chamado Arquimedes, no melhor estilo volante inteligente, caiu para enfrentar o Flamengo. Coube ao Fluminense jogar contra nós na primeira partida do torneio. Ou seja, na cabeça de todo mundo a final seria Vasco contra Fluminense, apesar dos flamenguistas acreditarem numa vitória frente ao Vasco.


O time a ser batido

Fomos para o jogo. Eu e aqueles amigos de primeira hora fomos com muita honra para o banco de reservas, torcedores de luxo. Acabamos cumprindo papel importante naquela primeira partida. Porque? Porque era um torneio de duas partidas, no mesmo dia, jogo depois de jogo, e era importante não cansar demais os jogadores principais. Além disso, ainda houve um motivo nobre, gesto inteligente do nosso técnico. Explico fácil, aconteceu que Banana Beba e Ednaldo começaram a partida arrasadores, e o Caminha, nosso fixo, não perdia uma atrás. Então, em determinado momento do segundo tempo a partida teve que ser interrompida para atenderem o goleiro do Fluminense, que havia desabado na área, aos prantos. Local da contusão? No coração e no orgulho, pois isto ocorreu no momento em que ele sofreu o sexto gol, e vencíamos por 6 a 0, num baile total.

Depois de alguns minutos, o menino convencido a continuar no jogo, voltamos com time todo reserva, inclusive eu na quadra, e terminamos a partida com um acachapante 8 a 2. Não éramos mais piada, muito pelo contrário. Esperávamos a final. O outro jogo foi duro, e se a memória não me falha, terminou 2 a 1 para o Vasco sobre o Flamengo.

Mesmo com o 8 a 2, todos acreditavam no título do Vasco. Entramos na final com o time principal, a partida foi dura, mas fizemos 2 a 1. Já próximo ao fim do jogo o Banana pegou uma bola pela direita, driblou um, tocou para o Ednaldo que fez o pivô e devolveu rasteira para o próprio Banana, que encheu o pé e acertou o ângulo. Golaço! E me lembro bem até hoje, o Banana Beba pulando ao estilo Pelé, comemorando aquele golaço, que sentenciava a vitória. A partida realmente fechou naqueles 3 a 1, recebemos as medalhas, orgulhosos. E a coisa foi tão intragável, que já saímos dali ouvindo o planejamento de um novo torneio, pois aquela situação era inadmissível para eles. Mas não tinha como, aquele título era nosso. Um sonho realizado.

Prontos para receber a medalha

Mais do que isso, fizeram o tal novo torneio, e a coisa quase que se tornou evento anual, pois depois do segundo tiveram que fazer um terceiro e um quarto torneio. Conseguimos nada menos que o tricampeonato. E Banana Beba foi o craque do tricampeonato do Botafogo no final da década de 70, pelo menos na minha cabeça de criança, naquele nosso mini-universo, distante do Rio de Janeiro. Pode parecer besteira? Mas não. Saibam que com isso nenhum dos garotos tinha coragem de falar mal do Botafogo, falar da nossa crise de títulos, e os diversos problemas do clube, como a perda de General Severiano. Afinal, sofriam diretamente na pele as derrotas. Foi um ponto de resistência, foi algo que nos serviu de apego, naqueles e em mais alguns anos de dificuldades.

Banana Beba amadureceu, se aventurou pelo futebol de campo, e numa brincadeira de pelada chegou a dar uns dribles num cara, mais velho, mais forte, e que conseguia detonar todo mundo que tentava driblá-lo. Ao final da pelada, o cara se apresentou e fez um convite. Ele era jogador, zagueiro dos juniores de importante time do futebol brasileiro, antigo campeão brasileiro e atualmente na série B. Ele disse que apresentaria o Banana Beba para o técnico, para fazer um teste, e que tinha certeza que ele conseguiria a vaga. Meus pais não deixaram o teste se realizar, depois nos mudamos, outras prioridades vieram, e aí ele se afastou do futebol, apesar de jogar as peladas, sempre bem sucedido.

Veio a faculdade, e perto do fim do curso, quando ainda vivendo seu prazer pelo esporte e fazendo remo (já havia feito também atletismo), teve fortes dores nas costas. Avaliação médica indicava problema muscular, depois algo de coluna, após 3 semanas as dores só pioraram, e acabei o acompanhando carregado ao hospital, ele sem conseguir andar, sem força nenhuma nas pernas. Finalmente, rapidamente um neurologista fez o diagnóstico: um tumor pressionava sua coluna. Cirurgia feita, e a constatação de que era um tumor maligno, linfoma não-Hodgkin, levando também à quimioterapia e radioterapia. Aos 24 anos, foram 4 semanas deitado na cama, mais alguns meses entre cama e cadeira de rodas, muita fisioterapia, quase um ano necessitando de duas muletas para andar, depois só uma muleta, e finalmente usando eventualmente uma bengala para dar mais firmeza e tranquilidade.

Neste tempo todo eu também amadureci, também fiz faculdade, me formei, casei. Meu futebol de perna-de-pau evoluiu alguma coisa, evidentemente no gol, onde acabam parando os sem talento com os pés. E perto de casa havia um campo de futebol, e então um dia fui lá, eu, meu sogro, meu cunhado e o Banana Beba, já recuperado, só com o uso eventual de sua bengala. Resolvemos bater uma bolinha, só aquela brincadeira de troca de passes, afinal éramos somente nós 4 em um campo. Acabou que depois virou uma brincadeira de chute a gol, e eu de goleiro.

A brincadeira fluía bem, saindo alguns gols e algumas defesas, aquele bate-bola onde não sai nada que preste de jogada. Nem o Banana acertava nada, afinal eram quase 2 anos sem tocar em bola, e há pouco ele andava com facilidade. Quando de repente a bola espirrou para fora da quina esquerda (direita do goleiro) da área, eu me desloquei para lá, mas o Banana correu, pegou a bola. Dei dois passos para trás e para direita, fechei o canto, e saiu o chute dele. A bola subiu, e o chute abriu, como se fosse sair a minha esquerda lá pela linha de fundo, mas eu vi que o bola já vinha com efeito, e não havia como, alta e aberta, passou por cima e à minha esquerda, e caiu em curva, entrando no ângulo esquerdo do gol. Eu olhei a bola no fundo da rede, olhei para ele e sorri com aquele pensamento de goleiro que pensa “FDP, essa não tem como, vai sacanear outro”. Ele sorriu também, baixou a cabeça. Respirou fundo, botou as mãos na cintura, e falou: “Cansei. Estou satisfeito”. Eu concordei, também estava satisfeito.

Que orgulho daquele gol. Que orgulho de ter visto Banana Beba jogar. Que orgulho de ser tricampeão pelo Botafogo.
Que orgulho de ser Botafogo.
Parabéns Banana Beba.


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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UMA ALVINEGRA - PAULA GOMES

PAULA GOMES – DEPOIMENTO (Botafogo 4x0 Ceará)

Paula Gomes é filha do amigo Braso, do Blog, e fez sua estréia em jogos na partida Botafogo 4x0 Ceará, pelo brasileirão de 2011.


Dia 7 de setembro de 2011


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Num taxi a caminho do trabalho, na véspera do jogo, perguntei ao motorista se achava que o Engenhão ia mesmo lotar na quarta - afinal eu ainda não tinha comprado os ingressos.





  • Ah, minha filha, vai nada - disse o motorista.


  • Qual o seu time? - pergunto


  • Eu sou tricolor!!! - respondeu, meio com raiva.



Comprei os ingressos. Só pelo despeito do sujeito, pensei: "vai acabar lotando, já que meu pai disse estarem vendidas 20 mil entradas".

Atrasada, saí correndo do trabalho (sim, eu trabalho em feriado), fui buscar meu velho (o Braso!) em casa e fomos para o Engenhão. O taxista malandro nos deixou no maior perrengue, andamos muito e demos a volta no estádio todo para chegar à estátua do Garrincha.

Conhecemos, finalmente, os amigos botafoguenses do meu pai, motivo de muita alegria e emoção para a família. Só gente bacana, super família, gente fina! Marcos, Henrique e sua galera. "Tô aqui com a família Braso", dizia o Marcos no telefone. Pensei: “meu Deus, somos famosos!!!"

Na rua, muita gente animada, feliz e com a camisa do Fogo (olha a intimidade!). "Pai, nunca vi tanto botafoguense junto...aliás, pai, nunca vi tanta gente de um time só!!!"



Eu não entendo nada de futebol e nunca tive muita paixão por times, apesar de torcer sempre, e muito, por Cuba nos esportes. E pelo Brasil, claro, na Copa.

Mas precisa entender? O jogo começou, um gol depois do outro, meu pai emocionado. "Põe meus óculos, pai!!!". Me lembrei de que quando era criança identificava o Botafogo como "time de gente boazinha". E aí todos os artistas que admirava já se tornavam automaticamente botafoguenses, até o Chico Buarque (que é tricolor, toma aí, motorista!!!), porque o Vinícius tb era.







Bom, eu não minto: sou Botafoguense desde antes de ontem. O sorriso do meu pai faz valer a pena.

Rio, 8/9/2011 - 15:06








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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MEU AMOR AO BOTAFOGO

Por Luiz Fernando - do Blog



______________________________Uma história alvinegra

Meus queridos amigos botafoguenses.

Eu disse um dia lá atrás que mandaria a vcs a minha história de como tudo começou e me senti botafoguense.

Muitos dias se passaram e após a brilhante história do Heleno, fiquei matutando qual seria o dia em que poderia contar a todos os alvinegros a minha vida desde os 7 anos de idade até os dias de hoje. E este dia chegou após ler uma frase do nosso querido Paret, onde ele dizia: "ISTO É SER BOTAFOGO".


Tudo começou em 1957, quando meu querido pai foi convidado a ser dirigente das categorias de base do Botafogo, tendo sido vitorioso em todos os campeonatos de infanto-juvenil e juvenil nos anos de 57/58. Como eu era filho homem único eu o acompanhava sempre nos treinos, nos jogos, enfim minha infância foi cultivada em GENERAL SEVERIANO. E olha que sou sobrinho de grandes Beneméritos do Fluminense Futebol Club.


Durante alguns anos pude desfrutar da convivência dos ídolos imortais DIDI, NILTON SANTOS, GARRINCHA, PAMPOLINE, PAULO VALENTIN, EDSON, ADALBETTO, BETO, TOMÉ, QUARENTINHA, ZAGALLO, JOÃO SALDANHA, NENEM PRANCHA, enfim só nós podemos escrever isso, e deve dar uma inveja danada naqueles que tiveram que assistir estes craques dilacerarem o que viam pela frente, e imagine poder bater uma bola com esta turma toda, almoçar com eles antes dos jogos em General Severiano, isso na minha memória é tão presente que se torna inesquecível.

Na minha infância, ou seja, dos 7 aos 11 anos, pude bater bola com o grande Didi após os treinos, (os grandes craques da época tinham o elogio de cobra) e ele carinhosamente me chamava de cobrinha. Foram anos de sonho, e que me encheram de esperança de um dia ser jogador de futebol do Botafogo.


Mas o destino assim não quis. Meu pai se dedicava tanto ao clube que infelizmente esqueceu da sua empresa e a largou nas mãos de um seu contador (provavelmente flamenguista), que infelizmente fez o serviço sujo e o levou à banca rota.

Tivemos que abandonar o clube em virtude de tantas dívidas contraídas por meu pai. Inúmeras não foram saldadas e isto levou nossa família a recomeçar do zero nossas vidas e quase a morrer de fome, quando tive que, aos quatorze anos, junto com minha irmã mais velha (ambos éramos atletas do clube), trabalhar para poder sustentar nossa família.

Eu tinha sinceramente tudo para hoje detestar ou até mesmo odiar o Botafogo de Futebol e Regatas, pois todo aquele sonho que tinha, de repente foi por água abaixo pelo amor que meu pai tinha ao clube da Estrela Solitária a ponto de abandonar sua empresa e a largar nas mãos de um irresponsável que a detonou em pouco tempo. O mais incrível disso tudo é que fui padrinho de sua única filha a seu pedido.


Mas como disse nosso grande Marcos Paret, ser botafoguense é isso, acreditar sempre que as coisas por piores que sejam sempre vão melhorar. O Botafogo é o ar que respiramos, não vivemos sem ele. Quem conviveu com grandes jogadores como aqueles que citei lá em cima, posso dizer hoje após 55 anos passados que se trata de uma das melhores lembranças que tenho na vida. Isso é único, é maravilhoso, e me enche de orgulho, pois ser botafoguense é ter paz no coração.

Fica ai a minha história de como me tornei um botafoguense de corpo e alma, muito disso credito a meu pai, que mesmo tendo levado na cabeça por causa em parte do clube, jamais deixou de amá-lo e fez questão de que em cima de seu caixão estivesse a bandeira do clube ao qual dedicou parte de sua vida.

Muito obrigado Botafogo, por existires na minha vida nestes 62 anos de existência. A você devo em parte a minha memória e a minha vida esportiva até os dias de hoje.

EU TE AMO, BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS.


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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A HISTÓRIA DO HELENO - DO BLOG


Sou Botafogo Papai!

Não sou o melhor para manter um blog e responder os comentários, me vejo mais lá no OGloboOn acertando os urubulinos. Meu tempo está muito fechado e terei dificuldades. Mas como nosso blogueiro mor Marcos Paret nos abriu bela oportunidade acho que posso compartilhar com os amigos um belo momento de minha infância.

No interior do Rio de Janeiro, no tempo da TV preta e branca, TV à cores só para ricaços, onde só se via TV Tupi e Rede Globo, em época que o rádio de papai, um Semp 4 faixas já sem válvula, moderníssimo com transistor e um circuito integrado, coisa de dar inveja a muitos, aquela caixa de abelhas narrava jogos do Botafogo na década de 70 quando pude escolher meu time de coração.


Nada de influência de mídia pesada, pois poucos tinham TV e tempo para ver. Tempo de muito trabalho. Papai era um comerciante das antigas. Na Venda dele achávamos anzol mosquitinho, banha, enxadas, feijão, açúcar, canjiquinha, arroz vendido a peso (vendi várias vezes 500g de arroz pesado na balança e colocado em sacola de papel) e etc. Tínhamos no quintal galinhas, porcos que matávamos e vendíamos em nossa venda. Povo da roça vinha à cidade resolver problemas e fazer compras. A venda de papai era a primeira da cidade ao entrar e o povo da zona rural fazia ali seu ponto para pegar o caminhão de volta a roça.

Papai ligava o rádio para que todos pudessem ouvir os jogos de futebol. Como bom comerciante colocava de todos os times. Eu já sabia que papai torcia para o Botafogo, mas ele era bem contido para não perder os fregueses .

Eu tinha cinco anos de idade e me lembro de todos os detalhes, dos balcões, das prateleiras, das bebidas, de muitos que já foram e não estão mais entre nós.

Sempre éramos convidados para aniversários. Trabalhávamos muito e tínhamos pouco tempo para festas, mas minha querida mãe sempre que podia me levava.

Certo dia, voltei tristinho de um aniversário. Lembro como hoje! Minha mãe perguntou e eu disse que não era nada não. Chegando em casa, a Venda ainda estava aberta e já era noite, meio tarde. Papai me viu triste e perguntou: O que foi filho? Eu na simplicidade de criança disse: Papai! Eu sempre canto parabéns para meus colegas, mas ninguém canta para mim! Os olhos do velho ficaram vermelhos e ele me disse tão meigo e amável: Filho, no seu próximo aniversário seus amiguinhos vão cantar parabéns para você! Que a alegria encheu meu coração.

Chegando os seis anos de idade, papai comprou um cabrito que fiquei penalizado, mas foi para minha festa. Eu alimentava o cabritinho, e sabia que ele iria morrer. Eu gostava tanto de brincar com o bichinho. Papai comprou dezoito galinhas caipiras para a festa. Mandou fazer salgadinhos que foram aos milhares. Refrigerante as centenas. Mamãe encomendou um bolo que era um castelo encantado todo ornamentado de diversos tipos de balas e guloseimas. O fotografo da cidade foi contratado para fazer as fotos! Vovó, que ainda vive, trabalhou muito pois era uma das melhores cozinheiras da cidade. Ganhei dezenas de presentes. Tudo que é tipo de presentes e brinquedos.
Meu irmão mais velho tinha um Estrelão e jogos de botões, mas sem escudos de times. Ganhei muitos jogos de botões, até do coisa ruim ganhei. Mas pasmem! Só ganhei um, um só da Estrela Solitária.

No outro dia, passada a festa, peguei aquele jogo de botão do Botafogo e fui até papai e perguntei: Pai, este é o seu time? O velho respondeu: Sim! E eu disse: Então Sou Botafogo Papai. Obrigado pela festa! O velho abaixou com um sorriso que sinto saudades e quase venho às lágrimas ao escrever estas linhas, me deu um beijo paterno de amor e carinho e um abraço e falou: Viu seus amiguinhos cantaram parabéns para você! Você está feliz? Eu disse sim, obrigado papai.

Sou Botafogo de gratidão, sou Botafogo em homenagem ao velho amigo que se foi quando eu tinha 17 anos de idade.

Mario Filho representa bem nas palavras: “MAS SER BOTAFOGO É ESCOLHER UM DESTINO E DEDICAR-SE A ELE. NAO SE PODE SER BOTAFOGO COMO SE É OUTRO CLUBE. É PRECISO SER DE CORPO E ALMA.“

Desde então sou Botafogo, um destino escolhido sem influências, nem de meu querido amigo, mas de gratidão a um homem trabalhador, honesto e digno de onde tiro até os dias de hoje exemplos para mim e minha linda família.

Sei que meus queridos amigos tem suas histórias e poderíamos vez por outra compartilhar. Deixo os comentários dos amigos sem as minhas inserções.

Um forte abraço e me desculpem por não ser um homem das palavras como nossos amigos Paret e Carlos Henrique.

Heleno de Freitas (do Blog)




Esta história foi publicada aqui no Botafogo Eterno pelo nosso amigo Heleno de Freitas, no Natal de 2010.


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domingo, 15 de janeiro de 2012

NO PACAEMBU, LOCO DOBRA NEYMAR

BOTAFOGO PASSA PELO SANTOS NO PACAEMBU
Com Neymar e tudo - brasileirão-2010

FOGÃO 1X0 SANTOS - O golaço do Loco Abreu em pleno Pacaembu.

A Exemplo do jogo contra o São Paulo no primeiro tempo galera, a TV começou logo dizendo que não vencíamos a sardinha lá há 11 anos. Então, derrubamos mais um tabu. Uma vitória que ninguém contesta, da qual ninguém reclama, momento que NINGUÉM CALA. E o engraçado do Arouca saindo e dizendo que não pararam nossa jogada aérea. Ora ora, santista. El Loco fez gol digno de Copa do Mundo (haha). Ao final da partida, o uruguaio disse em entrevista à saída do campo que agora o time adquire confiança para os demais jogos.

A proposta de marcação individual do Botafogo para o primeiro tempo, tendo pela frente um jogador do potencial do Neymar e ainda mais jogando em sua casa, foi praticamente perfeita, só não funcionando em momentos em que os marcadores se empolgaram e resolveram subir para o ataque. Jogo equilibrado então, o Botafogo tratou de ir para a frente e acabou o primeiro tempo bem melhor que o adversário. Foi muito bom ouvir o galerão alvinegro, naquela bola do A. Carlos no meio da área aos 40 minutos, gritando em pleno Pacaembu “Foooogooooo.. Foooogoooo”. E olha que o Antônio Carlos zagueirão foi puxado hein? Apenas um adendo maravilhoso: este goleiraço da seleção que voltou ano passado para livrar aquele nosso sofrível time do perigo, hoje, com nossos desfalques importantes, nos mantém vivos nestes jogos fora de casa.

Começa o segundo tempo, o Santos tenta atacar de novo, o Botafogo marca bem e o Madson......piffffffffff. Cá para nós alvinegros: vocês não acham o Madson um pândego? haha. Natalino resolveu que quanto mais tempo levasse para mexer no time era tempo que não se recuperava e trocou, desta vez, logo nos primeiros 10 minutos. Caio no lugar do Fahel foi a primeira boa mudança, já que o bom ataque santista parou de forçar a nossa defesa. Renato Cajá jogando muito bem hoje, o time todo coeso e voltamos a mandar no jogo como no fim do primeiro tempo.

Hoje não temos como reclamar do time atrás não galera. Como encarar este Santos bem diferente do que veio aqui no Rio no domingo passado partindo para cima deles? Pena o Mago estar hoje tão mal, mas o conjunto fez a diferença. Ficamos chateados com o Guerreirão no sábado mas que partida fez o nosso vicking hoje. Edno já havia entrado aos 19 minutos quando aos 26, Joel resolveu trocar os ídolos: Mago por El Loco. E o Loco começou a colocar suas bolas de cabeça para o desespero do goleiro adversário. Aos 30, não marcou por centímetros. Mas no final, ídolo é ídolo e o gol, para calar adversários raivosos, FOI DE CRAAAAQUEEEEEE.

Vencemos adversário direto, vamos livrar mais pontos sobre ele no fim de semana e agora, segurem o Fogão que quero ver.

É como temos que dizer sempre: elenco com artilheiro de qualidade Copa do mundo no banco, e que entra durante o jogo, ninguém escala. Nosso brilho, nossa estrela e este momento mágico: NINGUÉM CALA.


O golaço do Loco.