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terça-feira, 19 de junho de 2012

SELEFOGO_PARTE 2

HÁ 50 ANOS, UMA CONQUISTA ALVINEGRA INIGUALÁVEL



Seleção é bicampeã mundial no mundial do Chile.
A lenda 'Selefogo' se populariza de vez.

A pátria de chuteiras se transportou inteira para o Chile, na bola e no pensamento, sonhando com a glória e a eternidade no futebol, mas o destino parecia querer nos pregar uma peça. E este desfecho trágico parecia ter o ápice com a contusão do Pelé, logo na segunda rodada do mundial. Mal sabiam os céticos e amedrontados torcedores brasileiros, que um novo Rei do futebol surgiria nos estádios chilenos, praticamente fazendo transposição das chuvas do Pacífico para o deserto de Atacama, tamanha a qualidade do seu jogo e a magia que mostrava em campo. Seu nome: GARRINCHA.

Não foi de graça ou por simpatia ao Botafogo, a manchete cravada pelo jornal The Times de Londres após a final daquela Copa, quando depois de derrotar a antiga Tchecoslováquia por 3x1, a nossa seleção sacramentou o bicampeonato mundial e o seu poderio no futebol. Disse o conceituado jornal:

“...O MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL DO MUNDO NÃO É PELÉ: É GARRINCHA...”




Tudo aconteceu assim.

Com a contusão de Pelé no segundo jogo da primeira fase, o Brasil dependeu de outro craque para levantar pela segunda vez o troféu de campeão mundial: Mané Garrincha. Com dribles desconcertantes, irreverência, cruzamentos precisos e chutes poderosos, o "gênio das pernas tortas" encantou os chilenos e a imprensa mundial presente à Copa e foi considerado o melhor jogador do torneio.

Garrincha assumiu o comando do espetáculo de forma tão magnífica, que até gols de cabeça e de perna esquerda o craque fez. Com seus dribles lendários, o “anjo de pernas tortas” levou o Brasil nas costas na Copa de 62. A Seleção se classificou em primeiro na fase de grupos, eliminando a Inglaterra nas quartas e os donos da casa nas semifinais. Mas pode-se dizer que o Brasil só decolou mesmo a partir das quartas, quando Garrincha chamou para si a responsabilidade e dizimou o English Team: Brasil 3 a 1 Inglaterra.

No dia seguinte os jornais ingleses estampavam: “Mané Garrincha é um extra-terrestre”. O jornal The Times foi além, colocando em manchete ao final da Copa 'O rei do futebol não é Pelé: é Garrincha'. Nas semifinais, o Brasil venceu o Chile, dono da casa, por 4 a 2 no Estádio Nacional lotado. Os chilenos, com o lema “como nada temos queremos tudo”, surpreenderam e ficaram com um honroso terceiro lugar ao derrotar a Iugoslávia. O Chile havia sofrido com o maior terremoto da história até então (um dos maiores já registrados até hoje), e praticamente reconstruiu a capital para receber a Copa, daí a expressão de luta e fervor nacionalista.

A final da Copa, contra a Tchecoslováquia, foi difícil. Garrincha jogou com 38º de febre e os Tchecos abriram o placar. Mas a simples presença do Mané em campo assustava os adversários e assim, Amarildo empatou a partida e Zito virou o jogo. Vavá marcou o último gol do Brasil, ratificando a glória da era Garrincha. O nosso gênio alvinegro até havia sido expulso na semifinal, mas a força da antiga CBD (atual CBF) aliada ao clamor da opinião pública mundial presente ao evento, fizeram com que fosse escalado na final. Afinal de contas, o bom senso prevaleceu, visto o nosso rei brasileiro (alvinegro) ter sido expulso por revidar agressões em sequência e não por lance de violência gratuita.




Abaixo, uma reprodução, com adaptações, de texto da edição eletrônica da Revista Placar de junho/2012, nestes 50 anos do bi mundial. 

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Bicampeão. E a festa verde-amarelo que começou nas ruas chilenas de Santiago rapidamente se espalhou por todas as cidades do País, pelo mundo, onde houvesse um torcedor brasileiro. Há exatamente 50 anos, em 17 de junho de 1962, a Seleção conquistava seu segundo título na história das copas.

Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Este foi o esquadrão de heróis, comandado por Aymoré Moreira, que fez o planeta reverenciar mais uma vez o talento, a ginga e a malícia do futebol-arte canarinho. Pelé, o Atleta do século XX, havia sofrido uma lesão muscular, dando vaga para o competente Amarildo. Sem o Rei do Futebol, a coroa ficou para Mané Garrincha, o craque das pernas tortas, do drible desconcertante, que deixava os rivais humilhados, a estrela do Bi.

O Brasil fez sua estréia de forma correta, derrotando o México por 2x0, mas foi na segunda partida que o destino começou a conspirar a favor de Garrincha naquela Copa. Pelé se contundiu contra a Tchecoslováquia e isto, de certa forma, abalou o grupo que não conseguiu sair do empate sem gols. Garrincha então vestiu o manto da responsabilidade como se dissesse "agora é comigo. Esta Copa é minha". Relatos não confirmados dão conta de que a lenda do Botafogo havia declarado que Pelé se sentira embaçado por ele desde 1958 e que, com a ausência do 10 santista, quem iria se consagrar como melhor do mundo era ele. Dito e feito.

Um jogo para a história: Brasil 3x1 Inglaterra com show do Garrincha 
Até o cachorrinho entrou em campo, como quem diz "quero entrar também para a história" 


Amarildo entrou no lugar do Pelé (o quinto jogador do Botafogo em campo pela seleção) e o nosso time venceu os espanhóis por 2x1, jogo de vida ou morte para definir quem passava para as quartas. Veio então a fase seguinte e, com Garrincha inspiradíssimo e já à vontade com o cetro e a coroa do futebol, o passeio se fez com um definitivo 3x1 sobre a Inglaterra, o que motivou o tratamento dado ao lendário craque do Botafogo pela imprensa inglesa dali por diante (fato mostrado no início desta postagem com as manchetes dos jornais ingleses). Chegou a semifinal e novo passeio da selefogo, com um 4x2 sobre os donos da casa e a vaga na decisão do mundial. Na final, aquele Brasil 3x1 Tchecoslováquia (atual República Tcheca) só teve mesmo o papel de cumprir os desígnios do destino. O futebol do Brasil, através do Botafogo, subiu de vez ao mais alto degrau do esporte mundial.

Assim se fez a história do melhor futebol de todos os tempos.

ISTO É BOTAFOGO. ISTO, NINGUÉM CALA.

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